sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Dirigente espírita muito culpado
Você, corajoso dirigente de Casa Espírita, esteve comigo, e conversamos bastante sobre os espinhos que estão machucando sua sensibilidade.
Agradeço a confiança que depositou em mim, por entregar-me os detalhes mais íntimos de sua questão, tão difíceis de serem falados.
Depois, você colocou em sua escrita tudo o que me disse verbalmente, autorizando-me a publicar neste blog um resumo de sua história de vida, que é tão repleta de sofrimentos, conquistas e fracassos, sendo estes últimos recortados com rigorosa atenção, pelo tanto que estes últimos incomodam sua alma resoluta e nobre.
Na primeira aproximação, você me disse que suas atitudes e ações, por vezes, o fazem se sentir muito aquém do ponto que você imagina ser o que a Espiritualidade Maior espera de um trabalhador de Casa Espírita, ainda mais no seu nível de responsabilidade. Você bateu muito na tecla de sua função, por você exercer uma liderança importante, dirigindo as consciências para o bom rumo, no âmbito doutrinário da Casa Espírita em que trabalha semanalmente.
Repito o que disse, pessoalmente: amigo espírita, você está em um perigoso processo de culpa; precisa fazer uma psicoterapia, urgentemente. É nesta brecha que o remorso dá a senha aos inimigos gratuitos, que se aproximam e constituem a obsessão espiritual, cujo resultado será funesto para você e para a Casa Espírita que você coordena.
Compreendo que isso (a culpa), em muitos casos, funciona, às vezes, como válvula de alívio. Num momento de sua fala você ficou tão grato por eu estar ali escutando você, que até tentou me colocar num "lugar alto", onde sei que estou muito longe. Este ponto que você me põe se chama sedução. E você o nomeia de lugar "ideal para o dirigente ou coordenador de Casa Espírita". Digo de antemão que você deve jogar fora este tal referencial muito alto para nós que somos trabalhadores simples da Casa Espírita. É um ponto tão lá no "alto" que talvez seja um mecanismo de defesa ou uma necessidade de auto-superação de um complexo de inferioridade.
Você sabe que não consegue corresponder ao que você exige de si mesmo (ser o melhor na atual existência como espírita atuante), mas em relação aos outros você é tão cheio de rigorismos. Será que você já notou que seu rigor para com os outros está se tornando insuportável? Como você exige muito de você, acha que os outros também aguentam tanto rigorismo. Lembro-me do exemplo de rigor que você me contou, quando por questão de minutos trancou a porta da sala mediúnica, embora o médium batesse pedindo pelo amor de deus que você abrisse. Você precisa ler com carinho o que Kardec escreveu sobre o rigorismo com o horário, no item 333 de O Livro dos Médiuns.
Há dirigentes de Casa Espírita que são muito esforçados e são pessoas honestos que, diariamente, lutam, bravamente, para conseguirem avançar um milímetro na atual reencarnação. Ao olhar o milímetro conquistado pelo iniciante do Movimento Espírita não diga: "não fez mais do que a sua obrigação". Se você é bom no que faz, ensine os outros a fazer, pacientemente. Você também precisa aprender e muito!
Compreendo que você apreendeu alguns aspectos teóricos das informações corretas que foram oferecidas pelas Obras Básicas e pelas excelentes Obras subsidiárias mediúnicas que, graças a Deus, fazem parte do acervo de suas leituras doutrinárias. Não há que duvidar que as obras mediúnicas citadas por você estão todas certas. Com a base kardequiana você tem um roteiro luminoso que pode, indiretamente, iluminar a Humanidade, no fluxo que intermediamos no âmbito do amor. Só temos o que damos! Isto mesmo... infelizmente você compreendeu ao contrário: você entendeu que só damos o que temos. E como sente que não tem... está colocando em questão o que dá? Pense, meu amigo: nós realmente damos algo de nós? Mais uma vez peço ao amigo dirigente espírita que estude e medite, criteriosamente, o belíssimo teor da mensagem de Emmanuel, no cap. 117, do livro Fonte Viva, psicografado por Chico Xavier, FEB (a página tem o seguinte título: "possuímos o que damos").
A Doutrina Espírita é o Consolador Prometido, pois traz ao mundo contemporâneo o Evangelho de Jesus em sua essência. O Movimento Espírita não é a Doutrina Espírita. É o âmbito, o promotor do fluxo, no qual trabalhamos e é através dele que a nossa Casa Espírita abre um campo fecundo para o amor-vivência do Evangelho de Jesus.
Você estava chorando quando me perguntou: "por que eu, sabendo de tudo isso, ainda assim me pego em erros clamorosos que ninguém vê?". Eu perguntei a você se existe este "ninguém" que você citou (veja a questão 459 de O Livro dos Espíritos). "Como a Espiritualidade Maior pode confiar em mim, na tarefa de levar a Doutrina Espírita para tantos que vêm à Casa Espírita?". Perguntei: se os Espíritas fossem já espíritos evoluídos, certamente, não estariam mais na Terra, não? Acrescentei que nós - espíritas atuantes na Casa Espírita - somos os maiores usufrutuários do espiritismo que fluxamos. Foi daeste ponto em diante que eu me calei e ouvi a sua grande necessidade de se lamuriar: "Sinto-me, às vezes, como se estivesse prodigalizando, com muita habilidade, um paradoxo que, ao mesmo tempo, me machuca: sou uma propaganda enganosa?".... "Eu me arvoro a ensinar as pessoas simples que querem ser homens e mulheres do bem e que me procuram porque eles acham que eu tenho excelente qualidade didática para analisar, entender e fazer as pessoas entenderem um texto doutrinário... isto basta?"... "E meu temperamento?"... "como falo de amor e recebo entidades maravilhosas e continuo com este meu caráter irascível?"
Como eu disse, antes, você é muito corajoso por se expor, assim, tão abertamente. Depois que você me contou tudo isso sobre você mesmo, você me disse que ficou mais leve, não foi? Você chegou a me dizer que não pode dizer estas coisas no Movimento Espírita porque nele não há pessoas com disposição e boa vontade suficientes para ouvir e compreender o que você passa todos os dias e todas as noites.
Posso dizer que todo ser espiritual encarnado na Terra, está em provação, no mínimo. Você está experimentando essa fase significativa de sua evolução espiritual, através da qual todos nós, indistintamente, também passamos, quando queremos mudar de patamar e parar de nos enganarmos...
Amigo, amigo... você me contou outros episódios que não são publicáveis e você tem razão quando diz que não dá para se abrir de modo público. O privado, o que é intimo, sempre nos pertence. Segredo só é segredo para o dono do segredo. Depois que ele é revelado pelo próprio dono, quem vai ficar com a função de resguardá-lo? Mesmo nas instituições espíritas mais abertas, em termos de participação do público ( quando os participantes podem dar opiniões, conversar sobre as questões doutrinárias e as dificuldades de realizarem-nas em suas vidas etc), não há que se revelar segredos pessoais, mesmo porque não fazemos confessionários e nem somos juízes de consciências alheias. Jesus disse: aquele que quiser me seguir, pegue sua cruz e me siga!
Você, companheiro de jornada doutrinária, pergunte-se se está pegando a sua cruz e está seguindo o Cristo! Eu e tantos outros espíritas atuantes no Movimento Espírita também estamos nesta mesma jornada evolutiva. Não acredito que você vai largar a sua cruz ou ficar só olhando para a altura da cruz dos missionários bem sucedidos... Se há no mundo quem goste de se enganar neste aspecto, deixemos esse para lá... que cada um siga o seu caminho, com vontade férrea de se modificar para o bem, e, entre os ensaios e os erros, que possa levar a sua cruz para o caminho que o Cristo determinar. Pelo que soube, no Evangelho de Jesus, este caminho para o qual o Cristo nos chama, tem porta estreita. Só mesmo pela humildade e pela fé constituiremos uma senha para ultrapassá-la à contento.
Quando Santo Agostinho (questão 919 de O Livro dos Espíritos) trouxe à baila uma confissão, ele pactuou com ele mesmo (como se fosse uma auditoria de ordem mental) um método: depois associou essa auto-reflexão (sobre o erro anunciado claramente a si mesmo) com a uma ação imediata e que fosse feita no dia seguinte. Este era o propósito dele e foi bom receber dele este conselho salutar, pois serviu e serve para muitos de nós como roteiro de crescimento moral no mundo. Mas, amigo, veja bem: ninguém até hoje sabe ao certo se Santo Agostinho conseguia sempre cumprir tudo o que auditava no dia anterior. Ele fez um propósito, um método ( meta+dos = caminho adiante) e, perseguindo-o tenazmente, chegou à plenitude consciencial. Ninguém sabe que dias dolorosos ele passou quando sentiu que não dava para fazer o que auditou no dia anterior. O certo é que ele não estacionou na cupa. Ele deve ter feito muito esforço para vencer-se. Na idade média, Francisco de Assis utilizava-se de outro método: jogava-se nos roseirais, sempre que se sentia em pecado.
Este talvez seja o ponto que o amigo precisa refletir melhor: veja cuidadosamente em você mesmo: há uma disfarçada e pretensa intenção de tudo resolver de modo total, retumbante e heroico, de uma hora para a outra?
Onde se inspirou para fazer projetos de plataformas gigantescas que sabemos estar acima de nossas possibilidades de realizá-las? Constantemente, vemos exemplos bíblicos grandiosos, demonstrando que são possíveis para os Avatares: exemplo: Saulo, o hebreu orgulhoso, que transformou-se em Paulo, o apóstolo, numa mesma existência. Infantilmente, nós queremos ser iguais a eles. Este é um desejo egóico, como aquele da mãe dos dois apóstolos: ela pediu a Jesus que intercedesse por eles, para que ficassem, ambos, ao lado de Deus, no Reino dos Céus. O que Jesus respondeu para esta mãe? Que não cabia a ele decidir isto. Depois, ele fez com que aquela mãe pudesse refletir, um pouco, se os citados filhos conseguiriam provar o cálice decorrente da assunção destes altos encargos.
Pense, meu amigo: você acha que está nesta vida para ser um missionário? Olhando o patamar dos outros (Chico Xavier, por exemplo), em termos de evolução, mesmo que você já tenha conquistado alguma coisa para si, não é bom ficar olhando com inveja para cima e chorando lamentosamente o muito que ainda lhe falta em termos de evolução...
Amigo, vimos que olhar para cima, como quem quer, de um dia para outro, estar lá é, de fato, muito perigoso. Como disse, a questão é egoica, porque traz viés de inveja e que, ao invés disso ajudar, faz o espírita se achar melhor do que é, de fato.Você, como eu, e quase toda a comunidade de companheiros e companheiras do Movimento Espírita, precisamos mais do Espiritismo do que ele precisa da gente. Devemos, no entanto, colaborar, ajudar na sua divulgação, trabalhar no Movimento Espírita. Tudo isto, precisa existir como um exercício do bem de que necessitamos, para que o fluxo do bem desinteressado possa nos ajudar a "lavar" ou "fluxar" grande parte de nossas imperfeições, com as quais nos impregnamos, desde muitas reencarnações anteriores, quando nos locupletávamos na ignorância das questões espirituais. Hoje você questiona as más tendências que ainda brotam em seu ser espiritual... antes você as desejava ardentemente e não vivia sem elas.
Na terceira parte de sua narrativa - como eu disse -, você foi um pouco mais dramático naquilo que você chamou de seus "delitos morais". Pareceu-me que, assim falando sobre si mesmo, você já está se punindo, chicoteando-se impiedosamente. Não sei qual foi a sua formação religiosa de berço, mas me pareceu um católico apanhado em pecado, pagando penitências medievais, utilizando-se de "chicote" com aquelas pontas de ferro que sangram. Assim, mas sem se corrigir-se convenientemente, você faz uma armadilha para si mesmo: erra e se pune... vigia-se, erra e se pune... e isso ocorreu numa interminável sequência de açoites que trouxeram muito sofrimento à sua já tão vergastada existência corpórea. Quero lembrá-lo agora de alguns detalhes que julgo oportunos refletir:
1) o sofrimento pelo sofrimento não é uma tese espírita para o desenvolvimento evolutivo do ser espiritual.
2) os ímpetos punitivos contra si mesmo, estragam-lhe a vida biológica e atrapalham o que, de fato, você precisa fazer para melhorar-se como cidadão no mundo. Pode ser um suicídio indireto e disfarçado conscientemente de correção.
3) Seu movimento não se constitui uma reflexão saudável: é uma exteriorização do seu orgulho e da sua vaidade. Você se antecipa à crítica de terceiros e segundos. Assim, de um modo tão medieval, faz da auto-punição tudo funcionar como se você dissesse a todos: "estão vendo? Eu sei o quanto estou errando e já estou me corrigindo...
4) Você pensa assim: sou sensível e tenho vergonha do achincalhe público, da deflagração de minha imagem moral, junto aos que me vêem como orientador de Casa espírita... portanto não preciso que me digam que estou errado...sei sobejamente o que é o erro em que estou incurso com minhas atitudes horríveis"... Eis aí os pecados mortais expostos e as punições católicas decretadas pela Inquisição, na versão espírita.
Amigo, durante todo o tempo que você esteve comigo, e mesmo através de sua escrita, não percebi em você qualquer fala ou escrita que pudesse desvelar-lhe uma nova ação mobilizadora, sincera, que fosse algo possível de ser feito mesmo que em pequena dose, para modificar-lhe o modo de ser impróprio. Veja se não é assim: você quer uma "transformaçãozona", total e imediata; daquelas que, em nosso nível, não há qualquer vestígio de possibilidade de acontecer.
Ao final, você me pediu algo que pudesse ajudá-lo na hora do testemunho. Que tal calar-se um pouco? Que tal sossegar a mente um pouco e parar de anunciar a maldição e o erro? Que tal focar seu pensamento no fluxo do bem, com leitura de qualidade ou prece? É como buscar a ressonância do que é saudável para não cair, de novo, na repetição mental ruim. Prove a você mesmo que não quer se enganar e que não quer, muito menos, enganar a quem quer que seja. Admita para você que também possui "más inclinações", mas que você não se resume a isto: você é um ser de possibilidades!
Essas nossas deficiências morais precisam ser educadas, conforme Evangelho S. Espiritismo, cap. XVII, item 4. Neste trecho, Kardec diz que você - eu, você e todos os outros espíritas - podemos ser os verdadeiros espíritas.
Foram os resultados desastrosos de nossas más inclinações que nos aproximaram do espiritismo. Com a promessa de realizarmos o fluxo dessa Verdade por onde passássemos, a Espiritualidade promoveu essa nossa atual reencarnação-educativa-do-ser e indicou-nos o trabalho espírita como campo fecundo, exercício para que fizéssemos todo o esforço para nos educarmos convenientemente.
Lembra-se, meu amigo, que você me disse que já achou que era um espírito missionário que veio ao mundo para ensinar as pessoas a vencerem suas imperfeições?! Viu a pretensão, meu amigo?!
O método pedagógico utilizado por Kardec é o de Pestalozzi: o "savoir-faire" (aprender-fazendo). O que fazemos, enquanto aprendizes do bem, aprendemos graças ao fluxo contínuo da Misericórdia Divina. Tudo o que fazemos é pouco e o que é oriundo dos pensamentos superiores - e que nos inspira a todos nós - constitui-se numa bênção que devemos agradecer e aproveitar no bem. Enquanto fazemos acontecer, por exemplo, a evangelização das crianças ou o esclarecemos dos espíritos sofredores, ou fazemos a palestra doutrinária na Reunião Pública, ou auxiliamos nos atendimentos fraternos, ou realizamos um sistemático estudo doutrinário em grupo, mais aprendemos. Amigo, quando você faz uma prece sincera ou aplica um passe espírita, está, ao mesmo tempo, fluxando o amor divino...
E então, o que acha? ... Quem sabe? Com o tempo, no exercício da simplicidade e com menos alarde, quem sabe... tudo poderá ficar bem mais sereno, não?!...
Temos muitos débitos do passado, não é, meu amigo?! Há quilômetro de imperfeições a serem vencidas. No milímetro da caridade desinteressada e consciente, poderemos ressarcir os quilômetros de débitos do passado. Quilômetro é formado de milímetros: um atrás do outro... não há como ser diferente.
Que Deus abençoe a você, amigo dirigente. E que nos abençoe a todos, na tarefa de direção das Instituições Espíritas.
Julio Cesar de Sá Roriz
jcesaroriz@gmail.com
Centro Espírita Tarefeiros do Bem
Rua Mena Barreto 110, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
www.tarefeirosdobem.org.br
domingo, 29 de novembro de 2015
A Terra está em arrumação
A nossa Casa está em arrumação para melhor.
Como toda arrumação, mudança é Lei: tiram-se coisas do lugar; tiram e põem pessoas.
Batem as poeiras milenares, principalmente as bem guardadas debaixo da indiferença.
Nos quintais das Casas, arranham-se os solos secos com a charrua vigorosa: boa semeadura.
E as águas? A fonte d'água está contaminada? Tratam-se impurezas que ceifaram vidas.
Se os celeiros ficaram cheios de joio, não houve trigo bom.
Mortos de fome, caíram no chão duro da ignorância e da maldade, comendo palha.
Isto chama erradicação sofrida da miséria moral em que viveram por vários milênios.
A nossa Casa está em arrumação para melhor.
Foram reforçadas as estruturas da Justiça, as que foram colapsadas pelos golpes das guerras sucessivas e pelos atentados terroristas.Re-aprumam-se Leis que educam e que foram derrubadas pelos cinismos e pelos interesses mesquinhos.
Novos e inquebrantáveis pensamentos de crédito na recuperação do ser humano vigoram com a prevalência da vontade vitoriosa no bem. A regência das atitudes humanas terá outros padrões de comportamento, descartadas que serão as antigas causas de doenças, a saber: remoer menos; guardar menos raiva; menos angústia; menos indignação e mais fé em Deus; fé nos próprios recursos; auto-estima elevada com erradicação definitiva das raízes emocionais da depressão e do pãnico.
E o homem cotidiano, emitirá pensamentos corretos e passará a pulsar de si, para si mesmo e para o meio, uma ambiência, em ressonância perfeita com o hálito divino que sempre os soprou de modo positivo.
Os novos ideais, naturalmente, já refletem no cristal do espelho crístico de cada mente humana, a marca de Luz que caracteriza o homem comum, simplesmente como Homem de Bem, junto às almas de escol em comunhão de saúde e paz.
E os Avatares poderão ser materializados à luz do dia, normalmente, porque todos eles já estarão "vestidos" do corpo leve da nova Vida Humana, sem precisarem guardar as suas asas de sabedoria e amor, os seus pensamentos de luz.
Enquanto isso, o Mestre Jesus ajusta os Lentes, aqueles Sábios que ensinam nas Academias do Espírito Imortal, cheios de experiências do bem em seus "currículos acadêmicos", com muito conhecimento da energia cósmica que grassa na Escola da Alma Vívida de Progresso no Rumo da Perfeição. Nesta Nova Universidade, a Nova Física é a tonalidade afetiva que foi desvelada em comprimento de onda que cria Vida, desvelando as doenças do Espírito no Corpo Espiritual.E o fármaco? Serão gotas homeopáticas da Essência Viva do Evangelho de Jesus, de hora em hora, dia a dia.
Enquanto isso... e quem sai da Terra? Se leva consigo, agarrada, a poeira atômica da destruição, na mente a idéia orgulhosa de superioridade, nas mãos as marcas de sangue e nos pés os espinhos deixados por maldade nos caminhos do povo... este, certamente, vai embora da Terra, lamorioso, olhando para trás, amaldiçoando-se pela grande demora em submeter-se aos ditames da Lei de Deus.
E quem está vindo para a Terra? Traz nos olhos da alma um projeto de caminhar com os pés limpos, mãos para abençoar e pensamentos retos para orientar. Então, ocuparão lugares especiais na Justiça, na Ciência Natural e nas Governanças políticas para a incorruptível ação de regeneração do Mundo.
O bem não será mais exceção: os que foram e os que chegam só se cruzarão no inimaginável encontro dos Evos, no porvir do Amor reservado a todas as criaturas de Deus.
Enquanto isso, os que foram tentarão lançar mão do arado e aprender, á duras penas, olhar para frente.
Os que vêm, já chegam totalmente imunizados das ilusões, desvelando o Espírito à Nova Ciência, expressando, sem complicação, o quântico do ignorado encontro da Matéria e do Espírito.
E os que não vâo embora? São os que ficam na Terra. Estes têm olhos de ver e ouvidos de ouvir, para aguentarem tanta Luz. Aprenderam a discernir, colaborar, desapegar e a pensar em ressonância perfeita com a Comunidade dos desapaixonados, dos desiludidos e dos totalmente isentos de obsessividades. É que será natural o controle do pensamento (ação consciente para manter-se na faixa vibratória do bem), para que, ressonante, corresponda (reação que não se controla, administra-se) ao sopro do Bem.Respirar-se prece e, em consequência, o planeta passará aser leve com atmosfera suave, com o jugo e o fardo que o Cristo prometeuem seu "vinde a mim". O jugo do Mestre é o aprendezado com ele, todos aprendendo na Vida a ser manso e humilde de coração.
Deste modo, ocorrerá uma eficaz colaboração por parte dos que ficam, na Casa em arrumação, desde que não compliquem o que pode regenerar a alma, mediante um viver autêntico de felicidade que, antes, não era desse mundo.
E assim,que o oriundo da Terra não atrapalham, que ajude na regeneração, pre-inaugurando em si mesmos, a marca da Nova Era:
Pensamento reto; amor ressonante.
Julio Cesar de Sá Roriz
jcesaroriz@gmail.com
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Jovem de 33 anos afirma: gosto da maconha desde a adolescência
Vamos aqui analisar um dos problemas que estão ocorrendo, hoje, entre os jovens.
(as pesquisas sobre o tema foram realizada na internet em várias publicações livres).
Qualquer pessoa - que tenha contato com jovens - sabe que o consumo de maconha e de álcool é altíssimo, nas diversas classes sociais. Paralelamente, temos no "ar" um belo discurso de "naturalização",do tipo "todo mundo faz" etc. Tudo isso somado aos esforços dos que empreendem luta judicial para a legalização, para o uso indiscriminado da maconha, como ocorre hoje com o álcool. Os jovens, incluindo-se os menores de idade, estão bebendo muito, sempre apoiados por adultos que se interessam comercialmente pela venda do produto, cuja promoção obedece aos subjetivos incentivos criados por gênios da comunicação que transformam veneno em peça do marquetismo da contemporaneidade. Isto tem trazido visíveis consequências ao psiquismo do joven contemporâneo e, talvez por isso, uma parte deles está chegando em nossos consultórios de psicologia clinica, às Casas Espíritas e aos psiquiatras. Chegam apresentando graves sintomas psíquicos e espirituais, sociais e familiares com idéias fixas de suicídio, de abandono dos estudos (burrificam-se), com contínuo desinteresse em se manterem presentemente saudáveis e asseados no meio social, fora do casulo do quarto. Todos os dias, mães desesperadas nos trazem seus filhos queridos (homens e mulheres, sem qualquer ideal de porvir), verdadeiros paralíticos sociais, vampiros da família e fóbicos sociais.
O missivista Y fumou maconha desde a adolescência. E foi assim que respondi seu gentil email:
Amigo Y, você me escreveu colocando a sua convicção de que a sua maconha de cada dia não lhe faz mal algum e, o que é mais sério, você gosta muito dela e não quer dela se livrar. Perguntei-me: por qual razão você me escreveu? E acho que cheguei a uma conclusão, embora só você mesmo possa desvelar o sentido da sua vida e de tudo o que faz, no seu existir na Terra.
Agradeço a você, sinceramente, pela oportunidade que me deu de me expressar sobre este assunto, pois ele tem sido presente no meu consultório e nos atendimentos da Casa Espírita onde trabalho. Vejo, trato e convivo entre jovens em níveis diferentes de viciação e tenho também visto que os alcaloides têm levado tanta gente aos fármacos psiquiátricos, aos remédios controlados (tipo tarja preta), em psicopatias de etiologia difícil.
Você abordou sua situação com a maconha em absoluta zona de conforto, mas, apesar de você não ver assim como vejo (ou talvez não queira ver), indubitavelmente, a maconha gera alucinações. É certo que isto ocorre de modo mais agudo em certo tipo de pessoa. A chamada ciência médica tem pesquisado isto em associação com o consumo constante do produto. Mas, meu amigo, você é inteligente, então, eu peço: não se iluda! Há nisto tudo uma malha de Trevas que só é percebida muito tarde pelo consumidor contumaz. Desesperado e dependente, quando ele percebe o que realmente lhe causam as drogas, geralmente ocorrem sintomas da presença das esquizofrenias. Pesquisadores sérios verificaram, antes disso, certos sintomas considerados psicóticos. Há, realmente, relatos dramáticos de pessoas consumidoras da maconha que padecem, por exemplo, de insônia.Isto os deixa estressados, com o humor alterado. Interessante notar também que há também registros de pessoas viciadas em maconha que, ao pararem de consumir, passaram por manifestações que são denominadas de síndrome de abstinência: ficam incomodadas com tudo, nervosos... agitados. Na psicologia clínica vejo bem de perto estes consumidores e os seus transtornos de personalidade. Em alguns casos, eles acumulam delírios variados ou efeitos hipnóticos. Um outro fato é flagrante: diminuição efetiva da memória e uma crescente dificuldade com a aprendizagem. Isto sem falar nos dramáticos quadros de ansiedade e de depressão.
Ah, Amigo Y...eu ainda nem toquei no assunto referente às obsessões espirituais...
Y, você como um assumido consumidor de maconha pode ver que não há como esconder que está entrando numa área de grande risco para a sua saúde física, mental e espiritual. No catálogo das experiências clínicas, registradas na internet, você mesmo pode ler os relatórios realizados pelas autoridades médicas para conhecer melhor desse assunto que estamos aqui falando. Falamos, em um olhar ligeiro, de confusão mental, de insônia e de irritabilidade que são os campeões dos efeitos nocivos pelo uso constante da maconha.
Você, amigo missivista Y,tem o seu livre-arbítrio, pode continuar na sua saga e até tentar provar que há um preconceito social muito grande contra os fumadores de maconha. Percebi, no entanto, que seus argumentos trazem um certo teor de infantilidade. Creio que assuntos como este, pede um pouco mais de maturidade e de conhecimento para que haja um enfrentamento, principalmente nos momentos mais graves, ante as adversidades que atravessam sua vida. Sua bengala (maconha como apoio externo para você conseguir viver uma vida de "sucesso", como diz em seu email) volta-se o tempo todo contra você e bate na sua cabeça até a morte. Espero sinceramente que você, com o tempo, (e com o seu amadurecimento) vá entendendo o grande mal que está cometendo contra você mesmo. Isto se você não desencarnar antes... do coração... por tiro de arma de fogo.
Coloquei abaixo fartos dados das pesquisas de fontes sérias e que foram publicadas na internet. Se você tiver paciência de ler, concentração suficiente para compreender os conteúdos aqui colocados, poderá ver, com mais seriedade, os efeitos nocivos da maconha e outros produtos viciantes.
Você e todos sabem que o uso indiscriminado e ilegal da planta (pelo grau de impureza) mais a utilização exagerada do produto são os fatores preponderantes para que os efeitos do uso deste produto afete significativamente a vida do fumador.
Há, no entanto, informações de que também há utilização da maconha como um fármaco, ou seja, com fins medicinais.
Não se esqueça: a maconha não é legal em todo o Brasil, e mesmo o seu plantio e o seu consumo para as pesquisas, precisam receber autorizações formais dos Órgãos Públicos competentes.Posso informar que existem outros caminhos farmacológicos que apontam para produtos que alcançariam os mesmos o objetivos das pesquisas da maconha. A Mirijuana (maconha) é uma erva proibida de ser plantada e é também uma droga ilícita. Há, porém, algumas movimentações políticas que têm procurado liberar o uso e o plantio da maconha e, estas mobilizações buscam legalizá-la no Brasil para efeitos terapêuticos e comerciais.
A FDA (americana do norte) classifica a Maconha, o Ecstasy e o LSD como drogas classe I (a mais perigosa das classes). Só para lembrar: Cocaína, Metanfetamina = classe II.
Lá, nos EUA, a Divisão Estadual de Narcóticos e a FDA são as Organizações Estatais que autorizam estudos científicos com a maconha. Para que um cidadão ou pesquisador plantem a maconha para fins de pesquisa, precisam ultrapassar as exigências do rigoroso Instituto Nacional de Abuso de Drogas - INAD.
Como todos sabem, o princípio ativo da maconha é a Cannabis. Ela contém 60 tipos de canabinóides que são compostos químicos que atuam sobre os receptores do cérebro. Entre outros efeitos, o maior é a euforia intensa. Estes efeitos são devidos ao consumo do produto químico THC (tetrahidrocanabis). O THC se assemelha a um outro canabinoide produzido pelo cérebro humano e que se chama anandamida (este é o responsável, no corpo, pelo humor, sono, memória e apetite).
Em linguagem comum, podemos dizer que o efeito dos canabinóides agita os neurônios, amplia os pensamentos e percepções e mantém o psiquismo fixado neles. Por esta razão, o consumidor da maconha não deve dirigir carros, realizar uma prova ou teste ou mesmo praticar esporte que solicitam boa coordenação motora.
Sabemos que nesta experiência com este produto os níveis de dopamina acabam sendo afetados e fica claro que é isto traz aquela sensação de relaxamento e de euforia que o consumidor da maconha narra.
E aquela fome enorme que o consumidor da maconha revela sempre depois do consumo? Trata-se de um dos efeitos de "memória" do cérebro proporcionado pela presença do princípio ativo da maconha. Por isso que até parece que a pessoa não come há vários dias.
Dependendo do percentual de THC que foi colocado na maconha e, dependendo do modo que foi consumido (brigadeiros, bolos , ou seja, via oral), há uma produção de um estado alucinatório que se torna pavoroso, abrindo campo para o pânico.
Claro que os efeitos da Maconha variam, dependendo do indivíduo. Nem todos acham agradável e relaxante consumir a maconha. Há sim, em quase todos os consumidores mais assíduos, um agravamento da ansiedade (e daí, o pânico), ao invés de trazer a sensação de calma e relaxamento que os consumidores de maconha tanto procuram.
Outra fato concreto e inevitável: o uso regular da Maconha promove mudança imediata sobre a memória e a concentração, conforme nos informa o Journal of Addiction Medicine.Também há estudos americanos do norte que comprovam (Empresa SAMHSA) que o uso da Maconha está associado ao constatado aumento de problemas respiratórios em seus consumidores.
Quando o THC é fumado, o mesmo é rapidamente absorvido pelos pulmões, chegando ao cérebro em poucos minutos. Há um pico de euforia em dez a trinta minutos e a intoxicação pode durar por até 4 horas. Isso mesmo: a maconha é uma das drogas que causa intoxicação branda, embora não existam relatos de mortes creditadas unicamente pelo seu consumo. Porém, é muito comum encontrar níveis de THC no sangue daqueles que chegam aos hospitais com overdose por outras drogas.
Como todo consumidor sabe, logo após o consumo da maconha, surge a sensação de estar “alto”, com euforia, sensação de prazer, diminuição da ansiedade, relaxamento e aumento da sociabilidade. Porém, em pessoas que a usam pela primeira vez ou naquelas com predisposição para distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e depressão, os sintomas podem não ser tão prazerosos, ocorrendo ataques de pânicos, profunda sensação de tristeza, crises de ansiedade e isolamento do grupo.
Outros sinais psicológicos que podem ocorrer durante a intoxicação são:
– Distorções do tempo.
– Perda da memória recente.
– Diminuição da atenção e concentração.
– Paranoia.
– Pensamentos míticos.
– Sentimento de grandiosidade.
– Despersonalização.
Além dos efeitos psicológicos, o consumo de maconha também desencadeia uma série de efeitos físicos que incluem:
– Taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos).
– Aumento de pressão arterial (em doses muito elevadas pode causar queda da pressão).
– Aumento da frequência respiratória.
– Hiperemia conjuntival (olhos vermelhos).
– Boca seca.
– Aumento do apetite.
– Letargia e redução dos reflexos.
O mais importante é saber que alterações da concentração, dos reflexos e da performance motora, podem durar até 24 horas, ou seja, muito tempo depois do fim da sensação de estar “alto”. Os efeitos da maconha consumida na noite anterior podem estar presentes nos usuários que vão dirigir ou trabalhar no dia seguinte, apesar dos mesmos, muitas vezes, não terem consciência disto. Este fato pode ser especialmente perigoso em profissionais como pilotos, cirurgiões, motoristas e pessoas que manuseiam maquinaria pesada.
Efeitos da maconha na pressão arterial e no coração: a maconha, apesar de agir diretamente nos vasos sanguíneos causando relaxamento do mesmos e, consequentemente, diminuição da pressão arterial, também age aumentando a liberação de adrenalina, aumentando a frequência cardíaca e do volume de sangue bombeado pelo coração (a cada batimento). São ações que colaboram para a mudança rápida da pressão arterial.
Quanto maior for a dose, maior será o efeito de vasodilatação. Em doses baixas a tendência é a pressão subir. Em doses elevadas pode ocorrer até mesmo a hipotensão. O problema é que este efeito vasodilatador da maconha tende a ficar menos evidente com o uso crônico, fazendo com que os efeitos que elevam a pressão sejam mais efetivos a longo prazo.
A liberação de adrenalina, o aumento da frequência cardíaca e a vasodilatação aumentam o consumo de oxigênio pelo coração podendo desencadear eventos isquêmicos em pessoas com doença cardíaca prévia. Estes pacientes podem ter seu quadro agravado pela maconha e o risco de infarto é cinco vezes maior nos primeiros 60 minutos após o seu consumo. O consumo da maconha também pode desencadear arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial.
Efeitos da maconha no sistema respiratório: outro dado pouco divulgado é que a fumaça da maconha possui quatro vezes mais alcatrão e cinquenta por cento mais substâncias carcinogênicas que o cigarro comum, além de ser fumado sem filtro e ser muito mais tragado, o que causa uma maior inalação de partículas irritativas para as vias aéreas e pulmões. O consumo de três cigarros de maconha parece equivaler ao de vinte cigarros comuns. A grande diferença pode ocorrer se essas pessoas usarem a maconha em menores quantidades e normalmente abandonarem o hábito com o tempo.
Pessoas que fumam mais de três cigarros de maconha por dia costumam apresentar problemas respiratórios semelhantes aos fumantes comuns, incluindo tosse, catarro e diminuição da capacidade para exercícios. O uso crônico de maconha esta relacionado a um maior risco de DPOC (enfisema pulmonar/bronquite crônica).
Fumar maconha também aumenta o risco de pneumotórax espontâneo.
Vejamos a correlação da maconha com o câncer: como o consumo concomitante de cigarro é extremamente comum, é muito difícil de se estabelecer a magnitude dos riscos do uso da maconha isoladamente. É difícil encontrar pessoas que fumem apenas maconha durante um período de tempo suficiente para o desenvolvimento de um câncer.O consumo de cigarro está relacionado a inúmeros cânceres, mas o uso de maconha, baseado nos atuais trabalhos científicos, só pode ser atribuído aos cânceres de pulmão e bexiga. Isto não significa que a maconha isoladamente não cause outros cânceres, como os de cabeça e pescoço. Significa apenas que este fato ainda não foi cem por cento comprovado, apesar de haver fortes indícios para tal.
Um exemplo destes fortes indícios está no fato de que usuários apenas de maconha apresentam alterações moleculares nas vias respiratórias semelhantes às lesões pré-cancerígenas que os fumantes comuns desenvolvem antes do aparecimento do câncer de pulmão, sendo, portanto, altamente provável que a maconha também seja causa deste tipo de câncer. Outro dado importante é que indivíduos que fumam cigarro e maconha comprovadamente apresentam um risco ainda maior de câncer de pulmão quando comparados com fumantes apenas de cigarro. Logo, se por um lado o risco de câncer com o uso isolado de maconha é difícil de ser quantificado, por outro, já se sabe que o seu consumo regular potencializa os riscos de câncer do cigarro.
maconha, principalmente na gravidez.
Devido a falsa crença da inocuidade da maconha, esta é a droga ilícita mais usada durante a gravidez.
Em gestantes que fumam mais de seis cigarros de maconha por semana, os filhos apresentam, a partir dos 2 anos de idade, menor aptidão verbal e menor capacidade de memória que outras crianças. Estas crianças também apresentam maior risco de hiperatividade e depressão. Existem também trabalhos que mostram um maior risco de leucemias em crianças, cujas mães fumaram cigarros comuns e maconha durante a gravidez.
Outros problemas de saúde causados pelo uso crônico de maconha:
– Redução dos níveis de testosterona.
– Diminuição da motilidade dos espermatozoides e infertilidade.
– Redução da libido.
– Impotência sexual.
– Alterações do ciclo menstrual.
– Ginecomastia (crescimento de mamas em homens).
– Galactorréia (secreção anormal de leite pelas mamas).
– Alterações de memória.
– Aumento da incidência de periodontites.
– Síndrome dos vômitos cíclicos.
Pacientes portadores de hepatite C que fumam maconha apresentam maior risco de evoluírem para cirrose e câncer de fígado.
Existe hoje uma síndrome chamada em inglês de “chronic cannabis syndrome”. Descreve usuários pesados de longa data que apresentam dificuldades cognitivas, menores conquistas profissionais e acadêmicas. Normalmente, são pessoas com menos ambições profissionais e que acabam em empregos que exigem menores capacidades de raciocínio e de concentração. Ocorreram também alguns registros de quadros mentais semelhantes aos da esquizofrenias. Quanto aos adolescentes, verificou-se entre os consumidores uma grande dificuldade de se ajustarem aos moldes tradicionais da sociedade: rebelam-se facilmente aos costumes e tradições.
Não há dúvida que se trata de um vício para nove por cento dos usuários da maconha (veja outros índices: 32% Tabaco, 20% Cocaína e 15% Alcool). Os adolescentes passam por risco fumando maconha, principalmente se for um usuário diário, daqueles que fumam desde a adolescência. O Dr. Damon Raskin, médico internista ( no brasil, intensivista: o que dá parecer se o paciente tem que ser internado ou não) e diplomata do Conselho Americano de Medicina do Vício disse: Os cérebros não estão totalmente desenvolvidos até a idade de 25 ou 26 anos. O uso crônico da maconha pode levar a alterações nas habilidades de personalidade, julgamento e raciocínio.
Então, a maconha, nessa fase, causa danos no coração e nos pulmões, aumenta a incidência de ansiedade, depressão, esquizofrenia e pode desencadear episódios psicóticos agudos.
E Você, amigo Y, que diz disso tudo? Conseguiu ler até aqui? Além de fumar, você utiliza a maconha em doces, vaporizador, chá? Você sabe que fumando traz mais malefícios à saúde por causa do pulmão. A Associação Americana do Pulmão diz que seja a partir da queima de madeira, tabaco ou maconha, toxinas e substâncias cancerígenas são liberadas na combustão de materiais. Foi mostrado que a fumaça da combustão da maconha tem muitas das mesmas toxinas, substâncias irritantes e cancerígenas que o fumo do tabaco.
E o pior, amigo Y, é que você também é um tabagista de cigarros há muito tempo. Você me escreveu dizendo que as pessoas estão ficando mal educadas, pois elas reagem violentamente quando você está fumando cigarros em lugares fechados. Reclamou também que até foi agredido quando, por gentileza, ofereceu um cigarro para um amigo. Cá para nós: ninguém quer contaminar-se no consumo de cigarro, nem fumando e nem refumando a fumaça do seu cigarro! Imagina se eu oferecesse a você o meu cálice de cicuta à título de ser gentil e educado! Certamente, você reagiria violentamente, pois não quer morrer, instantaneamente, tomando um cálice de cicuta comigo. As pessoas também não querem morrer aos poucos com você que é um incômodo consumidor que faz fumaça no uso do seu cigarro...
Para não perdermos o foco sobre sua missiva, relembro sua afirmação que a presença da maconha ajuda-o a ser mais eficiente, principalmente quando está em grupo, quando chega numa garota, no ato sexual etc.
Há organizações que estudam a propalada eficiência do fumo da maconha. Há um prejuízo para a garganta e os pulmões ao longo do tempo, principalmente quando ocorre a inalação de esporos de mofo, alguns cancerígenos que vêm grudado no papel em que é enrolada a maconha (Esporo é derivado da palavra do grego antigo σπορά spora, que significa "semente", "semeadura":Esporos bacterianos foram primeiramente estudados há mais de 100 anos por Cohn, em 1876, e por Koch, no mesmo ano; [Biol.]- Esporos, em Biologia, são as unidades de reprodução; A esporulação, processo pelo qual alguns gêneros de bactérias formam esporos, ocorre quando estas bactérias estão face a situações críticas para sua expansão; Esporulação bacteriana: bactérias que fazem esporulação).
Quando os canabinóides são inoculados pela respiração caem logo na corrente sanguínea. Quando a ingestão é feita pelo trato gastro intestinal o corpo tem de processar o THC da maconha, através do fígado.
Você sabe o que, nos últimos 20 anos, as pesquisas têm revelado sobre a maconha?
Há tônicos, pomadas e tinturas para os cabelos à base de óleo de cannabis e algumas pomadas são utilizadas como anti-inflamatórias e até como analgésicos.
Como o consumidor de maconha desconhece a origem (e muito menos seu grau de pureza no preparo) o portal Global Healing Center Ben Nettleton sugere ao consumidor que hidrate o produto (!), lavando-o varias vezes para eliminar as impurezas que sejam solúveis em água potável. Eles se referem aos resíduos de fertiizantes, pesticidas, fungos e outros compostos como os sais e clorofila. Como o THC não é solúvel em água estes pesquisadores recomendam esse cuidado com a cannabis que é utilizada nas pesquisas.
Nos EUA há a maconha legal que movimenta bilhões de dólares numa indústria que mais se preocupa com a pureza do produto do que as seus efeitos danosos para o ser humano.
A mirijuana tem sido examinada por médicos pesquisadores e alguns estados americanos conseguiram legalizar o uso medicinal da maconha para tentar tratar sintomas de câncer, AIDS, artrite, esclerose múltipla, enxaqueca, epilepsia, náuseas, entre outras. As pesquisas para uso da maconha de modo medicinal ainda estão devendo uma melhor informação sobre os efeitos colaterais e nocivos que o seu uso frequente acarreta.
A cannabis sativa possui realmente uma substância psicoativa que é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) e cada cigarro de maconha possui vinte por cento deste produto, o que significa que 6mg serão absorvidas pelo organismo. A forma líquida, ou óleo de cannabis - Hashoil, é que possui maior quantidade de THC, tornando a droga mais potente.
Os efeitos mais deletérios podem ser aqui expostos como um alerta para que a saúde seja preservada, embora o tema seja mais discutido de forma românica e com pouca seriedade pelos meios de comunicação. No entanto, as estatísticas são reais e dolorosas:
Para cada morte associada ao uso de drogas há quarenta mortes associadas ao tráfico. Temos aí um encontro de interesse: policial e médico.
A droga vista pelo âmbito da saúde pede acompanhamento e tratamento mais humanitário com os usuários de drogas.
Você, missivista Y, me contou em seu email que já esteve, no morro, sob a mira de dois revolveres, ambos apontados para o seu crânio e que, depois, quando chegou ao asfalto passou pelas ameaças de prisão por parte de policiais na espreita: um destes falou para você de dentro da viatura, enquanto você caminhava pela calçada de fora da boca da favela: nós ainda vamos pegar você com uma quantidade que vai te ferrar!.
Pergunto a você: Amigo Y, você precisa passar por isso? Está numa obsessividade compulsiva tão grande assim que nada o impede de arriscar-se para a ir ao encontro da maconha?
Há tratamento adequado mais ético e isento destes problemas: o médico e o psicológico podem ajudá-lo de modo palatável. Claro que, na condição de espírita, sei das decorrentes influências espirituais que o avassalam.Você também pode acercar-se de uma religiosidade lógica e eficaz, algo que fortaleça seu espírito, no momento tão vacilante. Frequentando uma Insituição Espírita afiliada ao Movimento de Unificação Brasileiro/ FEB,no nosso caso o Centro Espírita Tarefeiros do Bem, em Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, você entrará em Salas de Conversa, e será tratado nas Reuniões de Cuidado Espiritual e vivenciará o Espiritismo à luz do pensamento de Emmanuel, Juanna de Angelis, Andre Luiz e outros Espíritos respeitáveis, conforme a mediunidade de Chico Xavier e Divaldo Franco. Depois do Atendimento Fraterno, seu nome irá para a reunião privativa e mediúnica de desobsessão.
Y, você precisa de amigos que possam ajudá-lo neste momento crítico. E quando bate aquele seu desespero (pânico, como o que você me descreveu), e vem o desejo de fumar a maconha, você precisará de apoio real e espiritualizante para suportar a barra de ser dependente químico. Precisará também dos tratamentos medico-psicológico aqui apresentados. A prece, a oração, o passe espírita e a entrega do seu nome para o serviço da desobsessão ajudam muito; as boas amizades e a leitura saudável, aliadas aos medicamentos e à fluidoterapia espírita blindarão você das entidades maconheiras que, embora desencarnadas, buscam sugar pessoas como você, para continuarem a ter o prazer de usufruir a maconha ou o cigarro, na busca do sabor da fumaça e do fluido vital que emanam de seu corpo biológico através de seus poros e de sua mente, já tão obcecada pelo vício.
Amigo Y, compreenda que ninguém conseguirá fazer isto tudo por você, se você não quiser mudar a chave do seu desejo, se você não se esforçar para fortalecer sua vontade e o seu querer no rumo da abstinência de algo que é, comprovadamente, tão nocivo para sua saúde e seu bem-estar.
Como você viu, há possibilidades fecundas de você sair disso, mas será preciso que você esteja disposto a buscar outros modos de enfrentar as suas próprias dificuldades cotidianas, encarar as suas adversidades e medos sem frouxidão moral. Você pode olhar para o porvir (futuro) e não ficar fixado somente na repetição de mono-idéias obsessivas que, hoje, o prendem ao vício. Mudar a sua percepção de vida na Terra é algo que a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec pode fazer. Isto é atual, e você deve fazer aqui e agora, como semeadura para colheitas melhores no futuro bem próximo.
Os Espíritos desencarnados obsessivos compulsivos que não se cuidaram, enquanto estavam aqui na Terra, vivem no Plano Espiritual perdidos, vagando por lugares lúgubres, insalubres e hostis, sempre na busca de algo que possa arrimá-los, mantê-los com bengalas, para a manutenção de seus vícios, chagas estas que são alimentadas continuamente por pessoas como você e tantos outros que fazem apologia da liberação das drogas consideradas ilícitas. Os espíritos desencarnados sofredores se sentem como sentiam quando estavam encarnados, mas sem o corpo para abrigo de seus desejos. Obsessores inteligentes se aproveitam da fraquezas dos viciados e se justapõem ao psiquismo de pessoas assim como você e outros que possuem viciações diversas, para sugarem as suas energias vitais, como verdadeiros vampiros angustiados.
Dizer para você tudo isto, assim relatado de modo tão direto, pode parecer uma maldade de minha parte, uma vez que você foi tão gentil e delicado em sua missiva. No entanto, amigo, quero dizer não só a você, mas a tantos que me dão a honra de estar lendo este artigo, que o que descrevi até aqui foi o que há de menos lesivo nos capítulos das obsessões espírituais, em função do que acontece no âmbito das viciações, na Terra e nas Trevas Espirituais, e nas obsessões espirituais vampirescas que avassalam famílias e legiões de bebedores alcóolicos e maconheiros.
Há inúmeros relatos mediúnicos que foram publicados por espíritos idôneos, através dos médiuns Chico Xavier e Divaldo Franco. E eu, particularmente, tenho minhas experiências espíritas e profisssionais no campo da psicologia clínica, com incontáveis de horas de trabalho socorrista, vívidas no serviço de tratamento de pessoas com obsessões espirituais, e no tratamento de viciados encarnados na lida clínica.
Embora as evidências espirituais e clínicas aqui assinaladas, senti a necessidade de apresentar a você e aos leitores, alguns resultados de pesquisas científicas sérias que foram publicadas em vários sites e portais da internet.
Estas pesquisas evidenciam uma coisa obvia: a maconha (e todo alcaloide que tem função entorpecente, psicoativo) faz mal a saúde psíquica e física dos consumidores.
Isto traz um outro ensejo relevante: há, quase sempre, um processo obsessivos espiritual em jogo que agrava muitíssimo os sintomas do viciado e isto traz evidências alarmantes para os especialistasde do campo psicológico, psiquiátrico e espiritual. A AME (Associação Médica Espírita) tem publicado artigos e organizado Congressos e palestras neste sentido e eu tenho me sentido muito feliz em colaborar com apresentação de temas como este na AME regional do Rio de Janeiro, Friburgo, Município do Rio de Janeiro.
Isto posto, torna-se importante saber, então, quando a viciação se constitui:
1- há consumo de grandes quantidades de substâncias durante período longo.
2-Se a pessoa tem dificuldade de reduzir ou de acabar com a viciação.
3-Ao ocorrer necessidade de maiores doses para alcançar os mesmos resultados.
4-a pessoa dedica grande parte de seu tempo procurando um modo de adquirir a droga
5-Fumar ou consumir ocupa o lugar do esforço físico ou o lazer
6-medão que afasta o consumidor do produto, por algum tempo, quando descobre em si um sinal psicológico ou físico ou um conhecido sintoma ruim dela decorrente.
7- síndrome de abstinência quando interrompe o uso crônico (insônia, depressão, nauseas, agressividade, anorexia, tremores).
Nos últimos cinquenta anos, as concentrações de THC na maconha têm aumentado: era 5% em 1960; 15% hoje em dia. Na década de setenta houve um pico de consumo por parte dos jovens: sessenta por cento dos jovens admitiam que se utilizavam da maconha.
Todos sabem que há uma relação entre a maconha e outras drogas. Diz-se, comumente, que a maconha é a porta de entrada de experimentações outras, mais pesadas.
Foi publicado em um site alemão a seguinte estatística de produtos consumidos, após o uso da maconha:
Um trabalho realizado na Alemanha em 2001 com jovens entre quatorze e vinte e quatro anos, consumidores regulares de maconha, evidenciou que os mesmo também consumiam outras drogas em taxas percentuais mais altas do que na população geral:
Álcool – 90%
Nicotina – 68%
Cocaína – 12%
Estimulantes – 9%
Alucinógenos – 6%
Opióides – 3%
Sedativos – 1%
Isto serve tanto para a maconha, como para o álcool ou o cigarro:
O certo é que, quanto mais cedo se começa a fumar a maconha maior é o risco do consumo daquelas outras drogas.
E então, amigo Y? O que você pensa sobre o assunto, agora que já está bem informado sobre o perigo que o ronda, de mãos dadas com a a maconha?
E você que nos honra na leitura deste artigo, como pode ajudar os que estão no vício ou na dependência da maconha? Encaminhe ao médico e ao psicólogo. Vá com ele à Casa Espírita para que o tratamento seja mais completo e eficaz.É preciso compaixão ( e jamais a pena) para que a caridade possa se constituir, conforme a entendia Jesus (veja a questão 886 de O Livro dos Espíritos).
E que Deus abençoe a todos nós que lutamos infatigavelmente para auxiliar os que querem sair deste torturante suplício! A Espiritualidade Maior não nos deixa sozinhos nesta luta, pois estão conosco o tempo todo!
Não nos iludamos, porém: na lida com quem não quer sair do prazer hedonista do fumo da maconha- como me disse o missivista Y -, precisa-se saber esperar... aguardar o pior... aí, no fundo do poço, quem sabe ainda encarnado, ele possa refletir um pouco mais maduramente sobre o sentido de sua vida e resolva finalmente buscar ajuda para sair dessa dependência deletéria,no rumo do verdadeiro bem-estar.
Será melhor para o maconheiro resolver isso aqui na Terra. O vício adquirido aqui será aqui que terá de ser resolvido porque o perispírito encharcado de toxinas mentais pode até ser depurado nas terapêuticas utilizadas pelo Benfeitores do Além, após longos anos de experiências terríveis nos guetos das Trevas. A sequela mental, as obsessividades compulsivas e a viciações precisarão de experiência mais concretas nas relações sociais com vizinhanças semelhantes, na Terra, para que o Espírito Imortal se sinta vitorioso. Por que adiar o que pode e deve ser feito agora?
Um abraço a todos e muita força aos colegas espíritas que trabalham em todos os campos da terapêutica e da pedagogia, no serviço do bem ao próximo.
Julio Cesar de Sá Roriz
jcesaroriz@gmail.com
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Venho a você porque um Espírito mandou...
Você me informou em seu email que um Espírito enviou para você uma certa psicografia que veio através de um médium que é trabalhador assíduo da Casa Espírita, onde você está procurando servir, enquanto espírita, conforme suas próprias palavras. Nesta missiva do além há uma orientação para o seu caso, certamente após consulta realizada por você à Espiritualidade: procure um "psicoterapeuta espírita". Além dessa diretiva, a Entidade desencarnada indicou o meu nome. Então, você me telefonou e marcou uma consulta para um encontro psicoterápico que acabou não ocorrendo. Apesar de minhas explicações, parece que você não ficou conformada pelo fato de não ter podido se constituir minha cliente, diante de minha negativa ao seu intento.
Você me escreveu e aqui estou eu tentando repetir o que já disse a você naquele primeiro e único encontro não-terapêutico: quando você me disse que, ainda ali, não estava nem um pouco interessada em fazer psicoterapia e que só estava me procurando porque a Entidade desencarnada, de sua estima, a intimou. Com esta afirmativa, você selou qualquer possibilidade de acontecer a psicoterapia, pois não se pode realizar um trabalho profissional, no âmbito da psicologia clínica, sem que o cliente (que os médicos chamam de paciente) queira. Isto significa dizer que você recebeu uma "ordem", ou pelo menos entendeu deste modo, e a cumpriu sem refletir, nem um pouco, o que realmente queria. Como um soldado, cumpriu o que o "superior" determinou, mas sem estar envolvida na proposta de se autoconhecer, de abrir os horizontes das possibilidades e de desvelar todos os obstáculos à sua liberdade. Será sempre importante que o cliente chegue com uma questão, mesmo que ela não seja a fundamental questão, ou seja tão-só a que o incomoda no momento. Sem questão não há psicoterapia.
Você argumentou em sua educada missiva que talvez o seu problema seja exatamente este: não pensar, não elaborar o que dizem para você, colocando-se imediatamente como cumpridora da "ordem" expedida por uma autoridade, como ocorria entre seu pai e sua mãe. Você tem razão e, certamente, isto seria um tema interessante para ser trabalhado no set terapêutico. Peço, no entanto, que a missivista dê um passo atrás e, talvez pela primeira vez, reflita no que está querendo me dizer. Há sofrimento? Qual é? Você racionalizou. Continua, como me disse antes, fechada à psicoterapia. O que está em jogo no seu argumento - que você repete aqui, do mesmo modo, exatamente, como me falou durante todo o tempo da primeiro único encontro não-psicoterapica: ser uma "cumpridora de ordens superiores". Sem discussão ou questionamento, continua executando fielmente o que o Espírito determinou para você fazer, conforme psicografia que veio a você através de um médium da Casa Espírita que tanto gosta. Como você sabe, no primeiro encontro tentei saber de você o que você quer. Você manteve, até o fim, o firme propósito de não participar da psicoterapia e que só estava ali por injunção da Entidade desencarnada que você tanto respeita.
Você me perguntou com sinceridade e, de certo modo, com uma singular singeleza, se eu deixaria de cumprir o que meu orientador espiritual determinasse para mim. Respondi para você - e aqui repito - que há aí um detalhe significante a ser examinado que pode colocar em questão o próprio empreendimento mediúnico realizado pela Casa Espírita onde você tem participado com tanta fé. E isto leva o assunto do âmbito da psicoterapia clínica para o conhecimento do espiritismo.
Allan Kardec escreveu em O Livro dos Médiuns as orientações fundamentais para o bom funcionamento das atividades mediúnicas de uma instituição espírita. A Instituição Espírita que desejar ter o qualificativo espírita deverá orientar-se pelas Obras Básicas codificadas por Allan Kardec. Kardec afirma na Revista Espírita (dezembro 1868, item IV) o seguinte:
"É preciso não perder de vista que a missão dos Espíritos é de nos instruir, de nos melhorar, mas não de se substituir à iniciativa de nosso livre arbítrio; eles nos sugerem pensamentos, nos ajudam com seus conselhos, sobretudo no que toca às questões morais, mas deixam ao nosso julgamento o cuidado da execução das coisas materiais, que eles não têm por missão nos poupar. Eles têm, em seu mundo, atribuições que não são as deste mundo; pedir-lhes o que está fora dessas atribuições, é expor-se às mentiras dos Espíritos levianos. Que os homens se contentem em serem assistidos e protegidos por bons Espíritos, mas que não descarreguem sobre eles a responsabilidade que incumbe ao papel de encarnado".
Assim sendo, peço que a missivista reflita sobre isto que o Codificador escreveu e, antes de considerar que eu a desprezei, ou não cumpri com as determinações do Espírito comunicante, pense pela primeira vez - antes de cumprir " fielmente" às determinações de quem quer que seja. Se o Espírito solicitar que você pule da janela, você vai acatar esta absurda ordem por se tratar de um Espírito comunicando-se através de um médium? Se ele intimar você a tomar cachaça, você vai fazê-lo? Mesmo que a psicografia seja de boa qualidade, nunca a compreenda como algo obrigatório, ordem a ser cumprida sem pensar.
Peço a você, missivista, que reflita um pouco sobre a seriedade deste Centro que se diz Espírita e/ou desse médium psicógrafo que se coloca como agente de consulta. Coloque em questão o que a Entidade escreve. Não se coloque como marionete. Não procure quem quer que seja porque, simplesmente, o Espírito mandou.
Pense também qual o papel que você tem a cumprir na sociedade dos Espíritos encarnados, na contemporaneidade. A missão dos Espíritos desencarnados (bons e superiores) é nos instruir, melhorar-nos e não substituir-nos das decisões que nos cabem tomar. Cabe a você se responsabilizar pela sua própria existência e tomar as iniciativas, no uso do seu livre-arbíbrio. Entre estas iniciativas está a decisão pessoal e intransferível de fazer uma psicoterapia clínica, comigo ou com quem quer que seja.
Julio Cesar de Sá Roriz
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
a criança-ferida e o mi-mi-mi
Amiga N. vou responder seu email em duas partes. A primeira, refletindo com você as questões mais pessoais; segundo, contando uma experiência pessoal onde um episódio evidenciou a ação reativa de uma senhora que, apesar dos seus oitenta e tal anos de idade, fez um "mi mi mi" daqueles.
Respondendo seu email pessoal sobre o "mi mi mi":
Amiga N. você está conseguindo sair do seu "mi mi mi". Parabéns! Dê parabéns também ao seu psicoterapeuta existencial. Quero parabenizá-la pela conquista do espaço psíquico positivo, conscientizando-se de que o "mi mi mi" não mais lhe cabe, nesta altura do campeonato, e também pela forte e visível mudança de atitude mental que está empreendendo,de modo consciente, corrigindo, sempre no ato, todas as expressões "mi-mi-mescas" que, eventualmente, queiram ainda surgir por hábito.
Mas atenção: não se iluda! Temos, todos, uma criança interna que vem à tona todos os dias e todas as horas.
Enquanto fuga psicológica, neste caso, ninguém pode afirmar com certeza que está totalmente imunizado.
Há, contra nós, um tempo passado em que permanecemos neste estado psicológico de fuga infantil, na busca dos ganhos secundários que ele oferece, diante da complexidade dos passos sociais em que o mundo demanda-nos atitudes maduras,na correspondência identitária que estabelecemos como sendo a nossa marca personal de ser no mundo.Pelo que você me informou, sua identidade, por muito tempo esteve ligada à estética do tipo "bebê de capa de revista".
Agora, você está fazendo psicoterapia e, tenho certeza, ele também vai ajudá-la, ao longo do tempo, a sair deste indevido lugar "fragil" e " desabrigado" que, na verdade, guarda uma "fera-ferida sob pele de ovelha desmamada". Você sabe dessa fera ferida, que ela existe dentro de você e que "bota a cabeça de fora", toda vez em que é contrariada em seus interesses mais preciosos.
Todos nós temos esses aspectos infantis a serem ultrapassados. Cuide, no entanto, para que isso não a impressione tanto. Você é espírita atuante e trabalha numa Instituição da zona sul do Rio de Janeiro que com as luzes da Codificação Kardequiana cuida e ajuda as pessoas a se desenvolverem no âmbito do bem.
Seja feliz e não se esqueça de cantar parabéns no momento do seu aniversário; deixe a criança sadia sair livre, leve e solta quando convier. Mas, nos momentos sérios, dialogue com ela e convença-a que não deve mais demandar infantilidades nos momentos impróprios.
Por fim, deixe a mulher-adulta falar mais alto e vá em frente, como guerreira, pois a sua luta particular contra o preconceito judaico também é pela sua sobrevivência emocional, numa parte do mundo em que ainda temos selvageria e ignorância predominando. Além disso, pelo que você me informou, você está vivendo junto de um homem instável e irrequieto, que você gosta muito. O certo é que ninguém poderá lutar por você no seu lugar neste mundo de expiações e provas... Amiga N., aproprie-se dele e lute com as armas do bem... e continue a ser você mesma, analisando-se a cada dia, como diz Santo Agostinho (questão 919 de O Livro dos Espíritos), sem medo de deixar a sua criança vir quando cabe e a sua face adulta, quando você precisar comandar as suas atitudes mais sérias.
Pelo o que você escreveu, você é bem capaz de fazer tudo isto por você mesma. Então, chore menos e pense mais; sofra menos e realize mais; menos propaganda enganosa de si mesma e mais ação concreta no bem que convoca você a realizar sua vocação de mulher de bem.
Vejamos o Episódio do "mi mi mi":
Eu estava na fila de caixa de banco (sempre muito estafante) e, numa manhã do dia 5, a coisa parece ser bem pior. Na condição de idoso, em um dia desses, eu estava sentado naquele banquinho reservado aos clientes do banco que são chamados de terceira idade.
Não havia a chamada eletrônica e, nós mesmos, então, fizemos a marcação de quem era o último da fila etc.
Eu estava lendo um livro, quando surgiu uma senhora bem cuidada, com seus oitenta anos, do tipo mandona, corpo inteiro, face dura que já chegou falando bem alto, dirigindo-se a nós outros, os idosos:
-Por que isto está tão cheio assim?
Todos se entreolharam e ninguém respondeu. Ela estava com as mãos na cintura, olhando fixamente para todos nós, como se fosse a dona do pedaço, embora tivesse acabado de chegar. E ficou ali, olhando para todos nós, de pé, atrapalhando a outra fila de caixa.
Uma guarda armada, dirigiu-se a ela e disse com educação:
-Senhora, por favor, sente-se no seu lugar. Quando chegar sua vez a senhora vai ao caixa... esta outra fila precisa ficar arrumada conforme a marcação no piso... a senhora está atrapalhando.
A velhota virou-se para a guarda, colocou o dedo na frente do seu rosto e gritou enfurecida:
-Alguém pediu a sua opinião? A conversa está na sala... não chegou na cozinha... sua negra intrometida!
A guarda segurou seu revólver da cintura e com os olhos cheios de água respondeu baixo e educadamente, embora visivelmente abalada:
-Não estou destratando a senhora, portanto a senhora não tem o direito de me destratar! Favor sentar nesta cadeira antes que eu tome uma decisão que a senhora não vai gostar! - estas últimas palavras foram pronunciadas bem alto, com firmeza, entre os dentes.
Para a surpresa geral, a velhota acatou a ordem firme da guarda e sentou-se.
Burburinho geral. Impropérios... confusão de frases.
De repente, a velhota começou a choramingar com os olhos apertados. Como se fosse uma criancinha que perdeu o pirulito, choramingou muito alto frases de autoflagelação em um "mi-mi-mi" impressionante. Ela murmurava e chorava muito alto:
-É sempre assim! Todo lugar que eu vou ninguém me entende... estão sempre me perseguindo. O que será meu deus que eu fiz para merecer isso?
-Isso o que? - perguntou outra senhora que até então estava calada.
Ela olhou para a inquiridora com um olhar que parecia de uma pedinte:
-Sou uma desgraçada... ninguém me ama... ninguém me quer.... foi assim minha vida toda. Estou só!
-Para quem está assim tão só, a senhora deveria ser mais humilde! - rebateu um senhor que estava sentado ao meu lado.
-Peraí!!! - defendeu um outro senhor do meu lado esquerdo. Ela deve estar doente... olhem para ela! Deviam ter um pouco mais de compaixão.
-Cruz credo! Compaixão! - contraditou outra senhora. Viu como ela ofendeu a guarda? Isto é coisa que se fale para uma negra?
-Tem gente que não fala, mas pensa!... rebateu outra. Acho que somos racistas e escondemos isto... emendou outro. O racismo é algo vergonhoso... o Brasil não jeito etc . As frases foram ditas por vários velhos e debatidas numa discussão acalorada.
Eu estava observando tudo atentamente e vi que, apesar do alvoroço, a velhota, causadora de tudo, havia mudado a sua expressão, quando começou a discussão sobre o racismo. Pensei comigo mesmo, procurando entender o que ocorreu:
-Primeiro ela chegou com um olhar enfezado, do tipo que quer brigar por qualquer coisa, agrediu gratuitamente e, depois que levou um " sacode" da guarda, encolheu-se em lamúrias, banhada com lágrimas de "mi-mi-mi" infantil que contagiou todo o agrupamento de velhos e velhas, a tal ponto que já estavam discutindo em voz alta se deveria existir no Brasil a pena de morte para pessoas racistas.
Enquanto tudo isto acontecia, a velhota trazia um leve sorriso de satisfação nos lábios, um olhar maroto de um menina travessa que conseguiu chamar a si todas as atenções e discussões.
Chegou minha vez de ir ao caixa e levantei-me. Ao passar pela velhota, abaixei-me discretamente, toquei no seu ombro e disse-lhe baixinho ao ouvido:
-Aí hein! Conseguiu o que queria,né?!
Caminhei para o setor fechado dos caixas, mas, antes, arrisquei olhar para a velhota e lá estava ela, longe da discussão, cravando seus olhos de ódio na minha direção.
Depois que saí do setor dos caixas, passei por fora daquele lugar onde os velhos estavam discutindo e ainda pude ver, pela ultima vez, aquela velhota provocadora. Ela continuava me seguindo com seu olhar duro, como uma águia, mandando-me talvez raios deletérios resultantes do mesmo enfezamento que vimos ser desvelado quando ela chegou ao banco.
Pensei para mim mesmo:
-Quem sabe como se constituiu a história pessoal desta senhora? Foi sempre assim?
Como psicólogo clínico não consegui deixar de pensar nos seus pais, irmãos, professores e orientadores religiosos. Quantos foram testemunhas desta gênese doentia?
O que fizeram quando ela começou com as suas pequenas hostilidades gratuitas e sem propósito, suas agressões lesivas ao outro, a ausência de piedade, preconceito racial, o "mi-mi-mi" infantilíssimo quando enquadrada pelas autoridades existentes no mundo? E aquele aparente prazer mórbido que percebi de influenciar os incautos, mantendo-os no seu centro de interesse e atenção? E a posterior indiferença ao que se discutia, mantendo, talvez, o seu pensamento em outras paisagens mentais? E seu olhar duro e raivoso direcionado para mim quando denunciei, baixinho, em seu ouvido, o cerne de sua intenção?
Há muitas " crianças-feridas" adultas no mundo, fazendo "mi-mi-mi" mesclado de mau-humor, pirraça ou "calundu"!
O que fazer com esses adultos-crianças-feridas?
O que fazer, hoje, para que, amanhã, nós não sejamos um deles?
Julio Cesar de Sá Roriz
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
sábado, 21 de fevereiro de 2015
Espiritismo em Inglês, Francês, Espanhol e Português.
Você escreveu em seu email que ouviu falar e me pergunta porque estamos criando uma atividade doutrinária nova em nossa Casa Espírita (ainda em fase de preparação dos coordenadores) que consiste em realizarem-se leituras e comentários de O Livro dos Espíritos em línguas estrangeiras.
Leitura e Comentário de O Livro dos
Espíritos em Inglês, Francês, Espanhol e Português
Respondendo as dúvidas enviadas por email.
Em 20/02/2015, às 01:57, "Julio
Cesar de Sá Roriz" <jcesaroriz@hotmail.com> escreveu:
Oi Sra S.
Você me
escreveu solicitando explicação sobre a nova tarefa doutrinária que estamos
implementando em nossa Casa Espírita em Botafogo, Rio de Janeiro, RJ.
Trata-se
do Espiritismo estudado na fonte mais fidedigna que se pode ter: O Livro dos
Espíritos.
Como há muitos estrangeiros no Rio de Janeiro e também existem
inúmeros jovens moradores na zona sul do Município, RJ, que falam inglês, francês e
espanhol, procuramos abrir este meio, como um modo palatável de aproximá-los da
obra básica do espiritismo.
Seja através da leitura e da conversação inteligente da fonte kardequiana.
Seja pela fraternidade que a convivência trará a todos na leitura e comentário agradáveis em inglês,francês, espanhol e português que acorrerão nos grupos separados, tendo como base O Livro dos Espíritos nas respectivas versões.
Como foi que surgiu a idéia e como
ela se desvelou em nossa Casa Espírita
Na
última reunião do COMITÊ de Tarefeiros aprovamos um novo projeto de divulgação
doutrinária. Trata-se de uma atividade em fase de treinamento dos Coordenadores e que se resume na aptidão de facilitar uma boa "Leitura e
Comentário de O Livro dos Espíritos" com coordenação feita por tarefeiros capacitados. Eles estarão disponíveis para exercer o papel de mediadores falando em cada sub-grupo uma das 4 línguas, em
salas separadas. Teremos, portanto, reuniões em Inglês, Frances, Espanhol e
Português, utilizando-nos de versões de O Livro dos Espíritos nas respectivas
línguas.
A capacitação dos coordenadores em
português e em línguas estrangeiras
Os
Coordenadores e Tarefeiros (até o momento temos 16 candidatos a capacitação) já se reuniram
conosco (eu e Adilson) na sede de Tarefeiros em duas ocasiões para os ajustes
indispensável para o treinamento de capacitação. Queremos todas as salas de "Leitura e Comentário" aplicando os mesmos métodos
e procedimentos didáticos, conforme nossa orientação doutrinária e
administrativa.
As reuniões serão gravadas para
dispor o estudo comentado aos interessados
Todas
as reuniões de "Leitura e Comentário" serão gravadas em VT digital e
depois disponibilizadas as cópias na livraria de Tarefeiros. Os públicos-alvo
desta nova tarefa são:
- os estrangeiros que trabalham no Rio de Janeiro e que tem afinidade com a Doutrina Espírita;
- os jovens afinados com o espiritismo e que estão afastados das Casas Espíritas, mas que falam ou entendem uma das três línguas estrangeiras;
- os acompanhantes ou parentes dos participantes das "salas de Leitura e Comentário" em línguas, que poderão ingressar na sala em português que acontecerá paralelamente e
- os adultos que se interessam pelo Espiritismo e que têm facilidades com as línguas estrangeiras.
Como as pessoas estão recebendo este
novo modo de estudar o Livro dos Espíritos
Até o
momento a repercussão tem sido muito positiva.
Todos os que receberam os
diversos comunicados referentes a "Leitura e Comentário de O Livro
dos Espíritos" nas 4 línguas, ficaram encantados com a proposta que, como
sempre, exigirá de todos nós (capacitadores das Equipes de coordenação e os
futuros coordenadores) muito desprendimento para estarmos aptos a servir na causa
nobre da divulgação do Espiritismo em Tarefeiros.
Como as pessoas interessadas podem
obter melhores informações sobre esta tarefa
O Site de Tarefeiros é www.tarefeirosdobem.org.br e lá tem um dispositivo para consultas.
Pode-se também comparecer ao Centro Espírita Tarefeiros do Bem (Rua Mena Barreto 110, Botafogo,
Rio de Janeiro, RJ) e fazer as perguntas diretamente com os responsáveis pela
atividade.
Por email, há também uma possibilidade de consultar-nos.
As entrevistas dos frequentadores e a
capacitação dos coordenadores
Se
você é espírita atuante e deseja colaborar como coordenador nesta atividade
específica precisará participar da entrevista e treinamento (capacitação e
adaptação à tarefa específica na Casa Espírita).
Se você quer frequentar a “Leitura e Comentário de O Livro dos Espíritos” em Inglês, Francês, Espanhol e
em Português, inscreva-se oferecendo seus dados. Comunique-se diretamente
comigo (Julio Cesar de Sá Roriz jcesaroriz@gmail.com). Você será chamado(a) para uma entrevista inicial.
Um abraço e boa decisão para você.
Julio Cesar de Sá Roriz
Fundador do CE Tarefeiros do Bem
Botafogo, Rio de Janeiro, RJ
Assinar:
Postagens (Atom)