Gente,
acabei de atender um jovem de 18 anos, dependente de álcool.
E ele me
disse:
-“Qual
é?! Sexta feira é dia de happyhour!”
Interessante
notar que as pessoas repetem isso como uma verdade absoluta!
Claro! Semana
de muito trabalho e como ninguém é de ferro, relaxar não faz mal a ninguém não
é mesmo?!
Então, os
amigos se encontram para distrair a cabeça e vão tomar aquele chopinho gelado,
espantando o calor. Beleza!
Há algum
problema nisso?
De modo
algum!
A pessoa vai
porque quer ir e faz muito bem encontrar-se com os amigos para bater aquele
papinho... por que não?!
A questão
não está no ato de ir ao happyhour
por escolha pessoal. Mas, se não há como deixar de ir... ah, aí tem!!!
Na
psicologia clínica, há um capítulo denominado identificação.
Através
do olhar do Existencialismo podemos fazer escolhas.
Nos
quadros da identificação (modo
restritivo de ser no mundo, onde a pessoa acha que realmente é aquilo que pensa
ou dizem que ele é), aparentemente são tolhidas as possibilidades de serem
feitas opções (livres): o sim e o não.
Então, vai-se
para o happyhour... mas será que é
porque pôde ser dito o sim? Pôde dizer o não? Se se está livre para optar, beleza!
Cada um responde por sua própria escolhas, por aquilo que faz e pelo que deixa
de fazer.
A questão
crucial está na certeza de que não há
mais a possibilidade de dizer não... ou de dizer sim.
Somos
entes cujo Ser é livre para fazer
escolhas, mesmo que demandados pelo meio. Dizemos, equivocadamente: “fomos
arrastados pelo senso-comum!” Na
verdade, mesmo com a indução social, não há arrastamento que seja irresistivel.
Somos nós que dizemos: “sim! E somos nós que optamos ir ao happyhour!
Se a
pessoa considera que “todo mundo bebe sexta-feira de noite” e por isso adere ao
modismo, está no modo da restrição. Está no reboque do “ todo mundo”.
Mas, está
no reboque de quê? Quem dirige sua vida? Para onde?
Claro que
há uma mídia eletrônica, impulsionadora da propaganda e também há os amigos que
convidam...
Cá para
nós: se eles convidam porque são usuários semanais do happyhour, por que alguém se sentiria obrigado a aceitar ao
convite!
As
respostas são diversas:
- Ah,
porque é gostoso! Não veja nada demais em beber com os amigos!
- É
melhor do que ficar deprimido... para quê ficar em casa? Preciso espairecer
minha cabeça!
-Todos os
meus amigos vão para o happyhour na
sexta e nos sábabdos à noite! Não fico de fora de modo algum!
As
pessoas repetem jargões, respondem qualquer coisa e parecem não pensar na frequência
de ingestão do Etanol: 1 noite por semana ( sexta-feira noite), 1 noite por fim
de semana (sábado á noite ou no almoço do domingo): 8 vezes por mes; 96 vezes por ano; 960 vezes em 10 anos.
Isto
significa muito Etanol no organismo vivo. Interessante ressaltar a prevalência
do ganho do prazer em função daquilo que pode destruir o corpo. Parece encobrir
a capacidade do Ser humano para o uso da reflexão: do quanto está agindo segundo
os ditames da poderosa mídia promotora da cerveja, da vodka, da caipirinha...
Eu disse
acima: acabei de atender clinicamente a um adolescente de 18 anos. Ele me
disse: “-sem álcool na cuca não dá para chegar numa menina!”
Aí, você
que me lê poderá dizer: “-Ah, mais todos os jovens fazem isto... isto é comum!!!”
Convido o
leitor - que eventualmente pensa assim - a tentar tratar alguém que está no fim
da linha do alcoolismo. Pergunte a ele: “-Amigo: como foi que isto começou?”.
Ele responderá, entristecido: “-Eu era adolescente...”.
Escutei
do meu paciente:
-Eu vou
toda sexta à noite para o happyhours
com meus amigos... beber!!! conversar!!!! Etc. Perguntei-lhe:
-Dá para
fazer outra coisa? E ele repondeu com um sorriso meio debochado:
-De modo
algum... isto é sagrado! Todo mundo bebe...
Amigo que
me lê, eu pergunto: você é todo mundo?!
A mídia
quer que as pessoas acreditem nisso e os incautos (aqueles que já estão encharcados
de etanol) querem se justificar dizendo: -“Isto é normal!”
Escrevo
para vocês informando que há alternativas à bebida alcóolica do happyhours das sextas noite.
Como já
disse, o modo da restrição exclui escolhas outras que estão veladas no horizonte
das possibilidades.
Há uma
tendência contemporânea de levar os incautos em um arrastão falacioso que cria modo
de restrição das escolhas e isto, somado ao distraimento daquilo que é
essencial à Vida faz crescer o número (já alarmante) de bebedores compulsivos
na face da Terra). Convenhamos: saúde e álcool não combinam...
Biologicamente,
o teor alcoólico mensal, dosado em longos e contínuos happyhours semanais constituem, no corpo, uma enganação fatal.
Sim, os receptores de endorfina das células são enganados!
Isto
mesmo que você leu!
Enganamos
os nossos receptores de endorfina de nossas próprias células (as células
possuem inúmeros receptores, entre eles o mais famoso é o da proteína) do nosso
próprio corpo, sempre que ingerimos o etanol, cujo % etílico pode agravar o
estado de engano biológico aqui citado.
O Etanol
ingerido é levado pelos neurotransmissores para os lugares dos receptores de
endorfina de nossas células. A pessoa fica, momentaneamente, repleta de
endorfina, completamente solta na corrente sanguínea, e as portas desses
receptores serão vedadas à própria endorfina, uma vez que já estão ocupadas
pelo Etanol.
É claro
que a pessoa que bebeu o Etanol, com tanta endorfina solta na corrente
sanguínea, fica provisoriamente numa euforia característica dos beberrões.
Mas, e
depois? Depois de um tempo, o etanol se esvai (porque ele não é endorfina), os
respectivos receptores ficam esvaziados e o excesso de endorfina que permaneceu
sem uso, flutuando na corrente sanguínea, acaba sendo eliminado pela bexiga
(como o pessoal do chopp faz xixi, não é mesmo!). Mais tarde, o beberrão vai querer
ingerir mais Etanol para voltar à euforia perdida e assim por diante... Então,
vem aquele "bode", aquela "ressaca" que nada mais é do que
ausência de endorfina nos receptores da célula. O coitado do fígado (laboratório
vivo de química orgânica) teve que permanecer ocupada em metabolizar o etanol,
cuja fórmula química é muito semelhante a do formol. Um dia, por curiosidade,
coloquem, bem próximos, os desenhos das fórmulas químicas do formol e do etanol
e façam o " jogo dos sete erros". Vocês vão ter dificuldade para
encontrar diferenças...
Então a
gente vê nos atendimentos psicológicos o que é o fim da linha: o bebedor
compulsivo com cirrose hepática, com hemorragia de estômago, mostrando um baixo
ventre dilatado e um córtex cerebral encharcado, no delírius
tremens...
É assim
que eles chegam, solicitando ajuda. Há também os que chegam nos Centros Espíritas padecendo
obsessões, visões terríveis, terror noturno, pânico etc. Não podemos deixar de
acrescentar a isto a questão espiritual (obsessões subjugativas) que se
interpõe a este estado de coisas.
É bonita
a propaganda da bebida, não?! É muito colorida a visão da Lapa à noite, nas
sextas –feiras! Quando a gente passa de carro, no retorno ao lar, depois das
reuniões de nossa Instituição Espírita, depois de tratamos pessoas e
abordarmos os Temas Relacionais que Joanna de Angelis oferece em seus
livros, à luz do Espiritismo", e
vemos tanta gente falando muito alto, gargalhando à valer, resolvendo os
problemas do mundo e se distraindo, comentamos com os amigos que nos
acompanham: “- como é diversa a situação espiritual do ambiente da Lapa, no Rio
de Janeiro e como contrasta esta alegria
alcóolica com a tristeza dos bebedores contumazes que nos procuram, padecendo como
verdadeiros doentes da alma!
Escrevo
aqui convidando-os a uma reflexão sobre a continuidade do álcool nas ingestões
semanais, nas quais eventualmente vocês estejam incursos.
Não que
estejamos aqui, maniqueisticamente, condenando ou demonizando o choppinho amigo
e o bate-papo alegre, descompromissado, de uma sexta feria feliz, na Lapa ou em
outro lugar. Longe de nós...
Queremos
que você possa refletir sobre a continuidade do processo de fuga psicológico-espiritual
que esteja em jogo nesta experiência semanal, não só em relação a vocês (que lêem
este aviso), mas em função daquele jovem amigo que vocês conhecem no qual vocês
estão percebendo que há um exagero na ingestão do álcool, um início de
dependência disfarçada de "bebedor social". Vocês podem fazer alguma
coisa. Já sabem que se trata de fuga psicológica! É a volta do Epicurismo?
Certamente,
ninguém vem ao mundo como se fosse uma criança que vai ao jardim de infância
para brincar e comer merenda!
Cada
Espírito encarnado, na Terra, possui uma missão específica, porque a
reencarnação está aí para oferecer uma alternativa positiva de progresso ao Espírito
reencarnante. Nas provas reencarnatórias, o uso do livre-arbítrio é
inalienável, mas cada um assume as consequências do que faz. Qual a nossa
missão (missão do homem inteligente na Terra)? A Vida do Espírito é mais do que
a existência terrena.
Centro Espírita
Tarefeiros do Bem.
Sexta
feira, 19h30min: Temas Relacionais à Luz do Espiritismo: Ciência, filosofia e
religião.
Por que
você acha que tanta gente vem frequentando as nossas jornadas de reflexões
doutrinárias, bem no centro do maior polo gasstronômico do bairro da zona sul (Botafogo), lugar cercado de mais de 100 bares
e restaurantes?
Pense!
Um abraço
Julio
Cesar de Sá Roriz
Centro
Espírita Tarefeiros do Bem,
Rua Mena
Barreto, 110, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ
ou colocar no google o verbete: tarefeiros
Bibliografia
recomendada:
Luis
Carlos Formiga e Outros
Livro: Alcoolismo e drogas: caminhos de superação
O Livro está “montado em cima de
comentários de Joanna de Ângelis - Espírito, na obra psicografada pelo médium
baiano, a partir dos quais expositores espíritas e especialistas da área de
saúde desenvolveram uma diversidade de abordagens sobre o tema. Encontram-se
também depoimentos de drogaditos, que conferem um caráter vivencial ao livro.
A iniciativa se tornou livro, apoiada
pelo MAP (Movimento de Amor ao Próximo), que o está relançando no dia 28 de
outubro, no G. E. Joana D'Arc, situado à Av. Vicente Carvalho 203 em Vaz Lobo,
Rio de Janeiro.
A renda do livro irá para o
"Centro de Tratamento de Dependentes de Drogas", Projeto Cristo
Consolador, que é uma parceria do MAP com o Centro Espírita Irmão Samaritano.
Ajude a divulgar, adquira o livro,
informe-se, participe”.
2-
Artigo com estatística sobre o consumo do álcool no Brasil
Alcoolismo - Dados Estatisticos
Há uma grande variedade de bebidas alcoólicas espalhadas
pelo mundo, fazendo do álcool a substância psicoativa mais popular do planeta.
Obtido por fermentação ou destilação da glicose presente em cereais, raizes e
frutas, o etanol (ou álcool etílico) é consumido exclusivamente por via oral. O
Brasil detém o primeiro lugar do mundo no consumo de destilados de cachaça e é
o quinto maior produtor de cerveja da qual, só a Ambev, produz 35 milhões de
garrafas por dia.
O álcool é a droga preferida dos brasileiros (68,7% do
total), seguido pelo tabaco, maconha, cola, estimulantes, ansiolíticos,
cocaína, xaropes e estimulantes, nesta ordem. No País, 90% das internações em
hospitais psiquiátricos por dependência de drogas, acontecem devido ao álcool.
Motoristas alcoolizados são responsáveis por 65% dos
acidentes fatais em São Paulo.
O alcoolismo é a terceira doença que mais mata no mundo.
Além disso, causa 350 doenças (físicas e psiquiátricas) e torna dependentes da
droga um de cada dez usuários de álcool.
O álcool é a droga que mais detona o corpo (tanto quanto
a cocaína e o craque); a que mais faz vítimas; e é a mais consumida entre os
jovens no Brasil. O índice de câncer entre os bebedores é alarmante, quer por
ação tópica do próprio álcool sobre as mucosas, quer por conta dos aditivos químicos de ação cancerígena que entram no processo de
fabricação das bebidas.
Síndrome alcoólica fetal (SAF) é o termo utilizado para
descrever os efeitos comumente observados nos filhos de mães alcoólatras:
tamanho pequeno, face anormal, outras anormalidades físicas e retardo mental.
Ocorrência: 1 a 2 casos por mil nascidos vivos.
Consequências Físicas do Uso em Excesso
• acidentes (no lar, no serviço e nas estradas);
• alterações no sangue (hemorragias, hepatite e outras);
• ossos e articulações (ácido úrico elevado, degeneração
dos ossos e outros);
• lesão cerebral (síndrome de Wernicke-Korsakoff,
degeneração cerebelar, ambliopia);
• câncer (na boca, esôfago, estômago, fígado e outros);
• pulmão (pneumonia, tuberculose e outros problemas);
• epilepsia;
• síndrome fetal (vide parágrafo anterior);
• coração (arritmias, cardiopatia, hipertensão e doença
coronariana);
• lipemia;
• hipoglicemia;
• fígado (cirrose hepática e outras doenças);
• miopatia;
• pancreatite;
• neuropatia (ou neurite) periférica);
• sexo (disfunção testicular e impotência); e
• esôfago e estômago (efeitos corrosivos diretos do
álcool sobre estes órgãos como: gastrite, úlcera péptica, esofagite e síndrome de Mallory-Weiss).
Outros Dados sobre o Álcool
• É preciso saber que o álcool é a porta de entrada das
drogas !.
• A idade em que o adolescente começa a tomar álcool
está cada vez menor, com a média atual em 13 anos.
• As causas do alto número de pessoas dependentes de
bebidas alcoólicas no Brasil deve-se, principalmente, à cultura nacional. A
cerveja, p.ex., é aceita como uma bebida tradicional e a cachaça é conhecida
como "caninha da roça", "bebida de macho" e outros
slogans.Você bebe no frio para esquentar e no calor para esfriar.
• Para acabar com o vício, o usuário de álcool precisa
ter consciência do problema que está enfrentando e o desejo de se livrar dele.
Isso pode ser feito através da desintoxicação em Clínicas Especializadas e com
o indispensável apoio e compreensão da família.
• Em geral, nosso fígado leva uma hora para processar 30
gramas de álcool (aproximadamente uma latinha de cerveja).
• O álcool interfere no processo de concentração no
trabalho e os alcoolistas estão justamente na faixa de maior produtividade do
indivíduo (entre 25 e 45 anos).
• O álcool é responsável pela maioria dos acidentes de
trânsito, porque altera a percepção do espaço, do tempo e a capacidade de
enxergar bem.
• O alcoolismo é uma doença crônica, incurável e
progressiva, que mina o organismo, atacando todos os seus órgãos.
• Pesquisa realizada em 5 capitais brasileiras revelou
que 45% dos jovens entre 13 e 19 anos envolvidos em acidentes haviam ingerido
bebida alcoólica.
• O consumo global, expresso em g/kg peso corporal,
multiplicado por anos de bebida, fornece um elemento preciso de previsão da
incidência de cirrose hepática.
• A lesão hepática é a consequência (a longo prazo) mais
séria do consumo excessivo.
Ocorre um aumento do acúmulo de gordura (fígado
gorduroso), que progride para uma hepatite (inflamação do fígado) e termina com
necrose e fibrose hepáticas irreversíveis.
• Por não apresentar cargas elétricas e por ser
altamente solúvel em gorduras, é rapidamente absorvido pelo organismo. Uma
quantidade apreciável é absorvida já no estômago. Ingerido com o estômago
vazio, produz um efeito muito maior.
• Cerca de 90% do álcool é metabolizado no corpo e 5 a
10% é excretado (sem modificações) no ar expirado e na urina. Essa fração serve
de base para a estimativa das concentrações sanguíneas de etanol por dosagens
na respiração (bafômetro) ou na urina.
• Admite-se que a proporção entre as concentrações de
etanol no sangue e nos pulmões seja de 21%, ou seja, 1 mg de sangue contém uma
quantidade de álcool equivalente à que contém 2,1 litros de ar dos pulmões. A
concentração na urina é mais variável e fornece uma medida menos precisa das concentrações sanguíneas. • A
taxa de eliminação do etanol do organismo praticamente independe de sua
concentração no sangue e corresponde, no homem, a cerca de 0,1 g/kg peso.hora
ou cerca de 10 ml/h em uma pessoa normal.
• Os alcoólatras são difíceis de se anestesiar com
drogas como o Halotano.