O PROBLEMA DO ‘QUASE’ e o encontro semanal do "evangelho no lar".
Julio Cesar de Sá Roriz
Estamos juntos em quase todos os momentos de nosssa vida, pois somos pais e filhos. Até aí tudo bem, mas há ‘aspas’ no quase. Por que?
O quase já significa pouca coisa e, com ‘aspas’, o que significa? Seria porque este quase está associado com o tempo que permanecemos realmente juntos, enquando nos encontramos? Ou será referência a uma distância física enorme, daquelas que temos que vencer com sacrifício? Será que tem a ver com a frequência dos nossos encontros? É a intensidade, o interesse? O que é, afinal?
Se fôssemos máquinas, diríamos que o calor da aproximação é determinante deste ‘quase’. Sendo assim, o nosso tato seria nosso medidor do 'quase'. Se fôssemos animais, seria a nossa capacidade de sentir cheiro detectado pela nossa função olfativa.Fôssemos médiuns, seria um fenômeno especial, ao ser detectando uma aura diáfana, sentida de modo sutil.
O certo é que falamos desse ‘quase’ todo dia: dizer,‘a gente quase se encontra!’ é bem diferente de ‘a gente quase não se encontra!’. Na primeira frase parece que não houve o encontro; na segunda, houve um primeiro encontro e se deseja ter mais um.
Há, portanto, maneiras peculiares de pais e filhos se encontrarem: no jantar, no almoço, nas entradas e saídas do colégio do filho(a), nos pedidos de dinheiro... também nos momentos de briga, de desentendimento; quando a 'chapa está quente', nas polêmicas sobre o modo de fazer as coisas, sobre as opções diferentes de ser no mundo que os filhos querem impor e que os pais, por sua vez, tentam reprimir. Tudo isto reúne, num tipo de aproximação que faz o ambiente do encontro se transformar a residência em um verdeiro lar, mais do que um lugar onde pais e filhos moram e se esbarram todos os dias.
Há outros fatores de aproximação entre pais e filhos: a inesperada doença em ambas as partes. Enquanto se está doente, todos focam a atenção; vencida a doença, todos seguem para a lida, particularizando opções nem sempre partilhadas, conforme o corre-corre da luta pelo ‘pão nosso de cada dia’.
Há quem diga, cheio de certeza, mas com pesar: ‘não há mais tempo para um bom encontro entre pais e filhos!’. No entanto, – completam- ‘ a internet nos re-liga...’. Mas, se nem isto ocorrer, as semanas vão passar, sem que se encontrem, sem que se vejam, sem se falarem... E se deixarem a vida ir levando, os anos vão se arrastando assim... Um dia, encontram-se casualmente nos enterros quando se sentem obrigados a se retirarem do contato com os vivos de suas vidas para dedicarem um minuto de atenção aos que morreram de suas existências duras e frias. Os pais e os filhos se acostumam com as coisas que vão ocorrendo e, então, se estão vivendo muito separados, permanecem cada vez mais sós... e cada um vai ficando na sua. Aparece uma solidão!!!... uma ponta de saudade!!!... E os argumentos são aqueles de sempre: 'estamos tão ocupados', 'preocupados', 'aflitos','sobrecarregados'... 'distantes'.
Quem não faz nada na vida e tem que se encontrar com outrem, reclama porque sente o peso de ter que sair da inércia. Não é coisa fácil! Falo do ‘movimento de inércia’,que a Física e a Geometria explicam como sendo aquele movimento que a gente se acostuma ir numa só direção, quando está demasiadamente só, numa só direção, no modo de ser no mundo. O interessante disto está mesmo naquele pai, naquela mãe, naquele jovem filho, naquela filha: os que estão sempre fazendo muita coisa. Veja se não é assim: quando estes fazem opção de se encontrarem significa que, na verdade, abriram um precedente de tão-só 2%, 3%, 5% de seu tempo útil para encontrar o papai, a mamãe, o filho ou a filha. Há, no entanto, o outro tipo: aquele que não faz praticamente nada o dia todo, e que não tem tempo para disponibilizar-se para este encontro. Isto é: tempo eles têm, mas isto pesa, pois para quem não faz 100% nada, significa muito dispor-se a algo que significa praticamente 100% do seu tempo livre para fazer alguma pequena coisa por alguém, como ir ao cinema com o filho, ver o show de rock com a filha.
Quem não é Espírita, talvez não vá se interessar por um tipo de encontro espiritual muito especial entre pais e filhos. Pode experimentar ir à Igreja. Tudo isto é válido: futebol, passear etc porque precisam experimentar como é bom realizar um encontro sincero. Quem é espírita sabe: há uma forte distinção, quando o encontro pais e filhos deve ocorrrer e ambos, se são espiritas, têm consciência de que é bom manter o diálogo semanal com os membros da parentela corporal.
Quem não é espírita poderá dizer: é um encontro especial que acaba quebrando o ‘quase’, no hábito semanal do encontro da família, hábito já adquirido que favorece o encontro no lar entre os espíritas. É um hábito salutar, mas se não tomar cuidado pode se transformar em tormento, do tipo 'mensagem carapuça' imposta sobre os jovens filhos. É um engano pensar que o Evangelho no lar é o local do acerto de contas dos membros da família. Espera-se que o Encontro do Evangelho do lar seja continuidade dos encontros que já ocorrem na família, entre pais e filhos. Torna-se assim um evento na família com uma periodicidade semanal que não cansa, porque já estão com o hábito na ‘veia’,como almoçar, como ir para a escola e como trabalhar pelo ganha-pão. Isto que aqui focalizamos evidencia a necessidade da constituição de um espaço de convivência, que não está só na dimensão das medidas físicas, mas principalmente na da afetividade, tornando-se um preventivo do 'quase' epidêmico.
Estamos aqui falando sobre o Encontro Semanal de Pais e filhos que denominamos tradicionalmente no espiritismo de ‘Evangelho no Lar’. É reunião de família, natural entre pessoas da família e que são diferentes. Todos procuram se aproximar no âmbito do Evangelho de Jesus, cuja égide traz luz ao ambiente familiar, proteção espiritual. É algo muito simples e direto, bom de fazer porque é destituído de liturgias, pois o que torna 'sagrado' o encontra da família é o desvelamento verbal seguro dos conceitos doutrinários que Allan Kardec proporciona em suas Obras básicas.O Evangelho no lar não precisa de rotinas mas sim de disciplina; é preciso ser feito com mais amor mas sem pieguice; ação dinãmica de grupo muito simples porque afinal de contas é um encontro de espíritas que gostam de conversar sobre o espiritismo em suas vidas relacionais. Proveitoso e eficaz porque vai além da parentela corporal.
É assim que o espaço psíquico entre os pais e os filhos não oferece campo para o ‘quase’, porque fica implícita uma tradição raciocinada no reencontro entre pessoas que se amam, desejosas de conversar e trocar opiniões sobre o porvir de suas próprias vidas na Terra. Mas não é só a família que se beneficia no Evangelho do Lar: os amigos de meus filhos, os amigos de ideal e os parentes: todo que solicitam participar de vez em quando, em hora certa, do dia certo, sem falta. Eles sabem que não há ‘quase’ quando convidamos Jesus para partilhar a nossa companhia no lar. Na nossa casa, os amigos dos meus filhos dizem para eles que acham estranho e ao mesmo tempo 'incrível' verem adultos e jovens conversando sem brigar. ‘Incrível' dizem os que já assistiram - porque os adultos deixam a gente falar...'; 'eles escutam a gente!’. Outro jovem amigo do meu filho disse: ‘minha opinião foi escutada e discutida e eu nem sou espírita como eles’.
Vimos que, assim, dá-se oportunidade de ultrapassar o ‘quase’, através de encontros entre pais e filhos, dentro de um lar espírita. É tão fácil: abre-se uma página do Evangelho S. Espiritismo ou O Livro dos Espíritos, podendo-se associar ao texto da Obra Básica, uma página de Emmanuel, Andre Luiz, psicografados por Chico Xavier ou de Joanna de Angelis, psicografada por Divaldo Franco e pronto! Há uma prece no início e outro ao final. Mas, o interessante não é fazer esta programação ser cumprida à risco, pois há coisas mais importantes: o ambiente, a abertura psíquica para o bom encontro, cuidado com a manutenção do bom ambiente monitorando a TV e o computador.
Quando o Encontro do evangelho do lar ocorre em clima de alegria cristã, sente-se claramente a presença dos espíritos amigos, ajudando-nos neste esforço coletivo. Como eles têm muito o que fazer, se nós ficarmos no ‘quase’ não os teremos, de fato, junto de nós!
Eis aí um modo simples e direto de eliminar o ‘quase’ dos encontros familiares, conforme citado acima. Para não dizer que não tem quase no “Evangelho do Lar”, este encontro é quase uma obrigação entre os espíritas de uma mesma família. É claro que os primos, amigos dos amigos, colegas dos filhos podem e devem frequentar o “Evangelho do Lar”, pois, em alguns casos, até ajudam na dinâmica do grupo. Desde que os que não são da família consanguínia, ou que não são moradores daquele lar, não sejam pessoas inadequadas, perturbadas ou conturbadoras do ambiente, pois atrapalham muito o andamento se abrem discussões na reunião de Evangelho do Lar.
A Doutrina Espírita faz, assim, o verdadeiro traço de união da família e desconstitui o ‘quase’ que sempre ocorre nos encontros das pessoas de uma mesma família, principalmente, quando esta está sobrecarregada de problemas. Entre estes, há a conhecida ‘falta de tempo’ ou os constantes ‘compromissos inadiáveis’. Estes, realmente, são os principais autores do “quase não nos encontramos”.
O que faz sentido para uma família espírita se reunir, uma vez por semana, em torno do Evangelho Segundo o Espiritismo ou O Livro dos Espíritios é a Luz bendita que se faz na residência. Há também o esclarecimento cristão que ilumina as consciências dos moradores, abrindo-lhes o horizonte das possibilidades de se tornarem homens e mulheres de bem na Terra.
Assim fazendo, os espíritas, ajudam a própria Humanidade a se livrar do ‘quase’, porque num sentido geral, quando a família ora em conjunto, o quarteirão se acende em ignições que prenunciam Regeneração. É isto que aproxima os povos e ajuda a Humanidade a levar o planeta a um novo estágio evolutivo.
O ESPÍRITA CRISTÃO, VERDADEIRAMENTE ESPÍRITA, FAZ O EVANGELHO DO LAR COM SUA FAMÍLIA, TODA SEMANA.
Porque espírita não é ‘quase-espírita’, porque também não está na proximaidade do ‘quase-encontro’ com os seus entes queridos. Porque não é um ‘quase-homem’ ou uma ‘quase-mulher’ no mundo de expiações e provas.
Assim, a relação entre Pais e Filhos é inteira. Isto não acontece por acaso: é preciso cuidado e manutenção. O espírita precisa ser autêntica e, naturalmente, leal. Isto se, e somente se, estiver estribada na sinceridade de propósitos quanto à felicidade dos familiares. Se há realmente o desejo de ser constituída uma colaboração espontânea, uns com os outros, na experiência da evolução. Isto elimina, por inteiro, as divergências do passados, abrindo aos familiares, um horizonte mais produtivo e feliz, não só para esta vida, como também para as próximas reencarnações dos que estão envolvidos no âmbito da parentela corporal.
Então, se você é espírita, tire o ‘quase’ de sua vida: faça o “Evangelho do Lar” acontecer. Faça sua parte!
terça-feira, 4 de outubro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Fogo Amigo, não!
Por que muitos seguidores, apesar de bem intencionados, mais atrapalham do que ajudam?
O que o Novo Testamento indica sobre os seguidores que se tornam muito próximos de notórios missionários do bem?
O que os motiva a seguir seus líderes religiosos, às vezes, de modo tão fanatizado?
Você conhece alguém assim tão identificado com um líder? Acha que pode compreendê-lo, vendo-o na ânsia de ocupar esse lugar tão incoveniente?
Leia este comentário, que, de propósito, inicia-se com uma frase muito propícia ao tema, e que foi retirada de uma Epístola de Paulo.
Segundo Emmanuel (Livro: Vinha de Luz, FEB, 95), quando o famoso Apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso, assinalou em sua Epístola: "vindo ele a Roma, com muito cuidado, me procurou e me achou" (II Timóteo,1:17) revelou-nos um detalhe diferenciado do discípulo que o procurou. Este, pelo visto, não era um discípulo de Paulo que fosse identificado demais com ele e sua posição, embora o amasse muito. Naquela época, uma viagem através do chamado "mundo romano" era difícil e perigosa. Só mesmo o amor à causa do Cristianismo nascente poderia movimentar os homens levando e trazendo Epístolas fundamentais para o desenvolvimento das igrejas.
Há, nos dias de hoje, outros tipos de procuras. Aqueles que estão quase sempre perscrutando sinais das pegadas dos homens de bem que se projetam na mídia. Agem nas proximidades, com tanta desatenção, que acabam atrapalhando a vida desses missionários, como se já não bastasse o grande cuidado que a existência exige dos líderes contemporâneos.
No caso bíblico, ao contrário, aquele discípulo que procurou por Paulo em Roma, era Onesífero que acabou por achá-lo em meio às conturbadas expressões da vida cotidiana de Roma. Interessante assinalar que não seria difícil achar o Apóstolo, uma vez que ele estava em prisão romana.
Notemos que a observação assinalada pelo Apóstolo não se restringiu a um mero encontro de um endereço na capital do Império romano. É que, na interpretação do trecho da Epístola, a palavra encontrar, ganhou conotação muito mais preciosa do que a do simples chegar a um determinado lugar, depois de uma longa viagem.
Há quem chegue à intimidade de um templo sem encontrar-se no âmbito do cuidado espiritual. E há quem, embora nunca tenha chegado a uma porta de uma casa religiosa,encontre a sua própria religiosidade.
Falamos, então, do cuidado espiritual, esta condição de possibilidade do bem que pode ser feito ao próximo.
Os seguidores sempre dizem que querem todo o bem dos seus líderes, missionários da luz. E parece mesmo que não têm um objetivo escuso ao se aproximarem deles. Mas,quem vai sempre ao encontro de um lider espirititual, precisa meditar quanto ao que realmente o está motivando, para aproximar-se tanto. Será bom que não seja por necessidade de vassalagem, nem pelos imperativos da dependência afetiva ou financeira, nem para o doentio vampirismo, nem para simplesmente aparecer, pois, para o missionário do bem, conviver com ‘amigos’ assim, tão problemáticos, é o mesmo que mantê-lo numa guerra, debaixo do perigoso “fogo amigo”.
Os líderes espirituais mais experientes, sabem diferenciar os amigos reais entre os que lhes estão mais próximos. Foi o caso do discípulo Onesífero: ele agiu com cuidado ao procurar Paulo e este fez questão de ressaltar, na citada Epístola, a significativa diferença proporcionada pela atitude equilibrada do discípulo.
Em geral, os que promovem o desagradável e perigoso ‘fogo-amigo', descuidam-se do cuidado e procuram se aproximar demais e o fazem ao modo ansioso, fixados demasiadamente em questões oportunistas ou pessoais, na idolatria. Em outros casos, querem atrair a atenção para si, presunçosos, como se respondessem em nome de, e, em alguns casos, julgam-se suficientemente preparados para substituir seus líderes.
E você, leitor?! Gosta de seguir os "gurus". É do tipo "amigo do famoso lider espiritual tal"? pergunte-se e responda sinceramente: por que deseja tanto se aproximar de um grande líder religioso da contemporaneidade? Se você tem sido assim, tome muito cuidado! Pense bem: tietagem atrapalha, assim como a bajulação incomoda. Certamente, você não quer se tornar uma pequena pedra ponteaguda no caminho do benfeitor encarnado que você ama ou admira. Você, certamente, não vai querer atrapalhar a jornada de alguém que está no mundo para servir no bem.
Então, pergunte-se: por que você precisa colar no líder? Está suficientemente preparado para enfrentar as trevas daqueles que descarregam suas baterias maldosas para atrapalhar a jornada do bem que o missionário realiza com tanto empenho na Terra? Os chamados lobistas não conseguem atuar diretamente contra os missinários do bem, mas é fácil imaginar sobre quem eles vão focar sua curiosidade mórbida e destruidora. Guardadas as devidas proporções são os que atuam próximos dos políticos que os fazem passar pelas duras provas de ver suas vidas especuladas, todos os dias.
Se ele for honesto, não terá o que temer - você poderá dizer do alto de sua insignificãncia. Porém, é a sua pele que os obsessores encarnados, lobystas, querem esfolar para agredir seu ídolo, porque voc~e se torna o elo mais fraco da correte.
Querem ajudar? Então, meu amigo e minha amiga, andem corretamente e aprendam a ser discretos. Respeitem o espaço de atuação do seu líder espiritual. E, antes de mais nada, não tentem ser a pessoa mais especial para ele, pois ele não precisa disso e , se pensar bem, nem você! Insistir na cola dos líderes religiosos é ridículo e fica muito ruim para você, permanecer assim na sombra ou na aba do outro. Isto em nada acrescenta de bom à jornada do bem que seu lider desempenha com tanto carinho e apreço.
Emmanuel diz: "imprescindível é meditar na magnitude do trabalho e na responsabilidade dos obreiros divinos". Ousamos completar dizendo: os grandes líderes espirituais são repletos de compromissos, superatarefados ante os inúmeros convites para realizarem suas missões para o bem de todos e, muitas vezes, egoisticamente os seus seguidores tentam subtrai-los para si, por mero capricho, buscando aprisioná-los numa falsa proteção que, na verdade, pode até imobilizá-los e envaidecê-los. Não se mede a importância dos líderes religiosos pela quantidade de "discipulos" que os acompanham.
Certamente, esses líderes espirituais saberão se livrar dessas prisões afetivas que, infelizmente, são construídas pelos próprios seguidores ou correligionários, que, permanecendo tão fanatizados pela idéia de posse, acabam acreditando que os líderes espirituais famosos são suas propriedades, ou os seus 'pais' ou 'mães' idealizados. Este tipo de identificação é perigoso, uma vez que, cresce paradoxalmente no entre do SENTIMENTO DE AMOR-E-ÓDIO, tão conhecido na psicologia.
O bom missionário do bem sabe fazer as coisas na "medida do sal", como ensinou o Mestre Jesus. Ele se sente livre; não se vincula a quem quer que seja; não está preso a ninguém. Ainda assim, são amoráveis e sabem ouvir com atenção, no momento certo. É autêntico "cavaleiro da fé", conforme define Kierkegaard e segundo a história bíblica de Paulo. Este, como ninguém, soube separar o joio do trigo, em todos os momentos.
Diz Emmanuel que, para o mundo, Paulo era um prisioneiro, mas para a Espiritualidade Maior ele era livre.
Nesta reflexão, sabemos que a tentativa da ‘prisão afetiva’ não retém o missionário do bem a quem quer que seja. Quem acha que consegue prendê-lo para si, na sedução de suas cadeias afetivas, engana-se, portanto.
Os bons líderes espirituais diferenciam os seus seguidores, analisando o sentido espiritual de suas atitudes na Terra.
Os verdadeiros apóstolos da Caridade e da Perseverança, do Amor e da Abnegação, como Tereza D´Avila, Tereza de Calcutá, Divaldo Franco, Lelloup, Chico Xavier, Gandi, Joanna Angélica, Princesa Isabel, Chico Xavier, Emmanuel, Bezerra de Menezes etc, jamais incentivam bajulações ou estímulam a depedência afetiva de quem quer que seja.
Os que os seguem ou os perseguem, precisam meditar quanto à origem desse imperativo compulsivo e quanto ao modo incomodatício em que se empenham às vezes uma vida inteira para procurar aproximar-se dos famosos, seja pelo pensamento ou pela ação.
Se você é correligionários fique sempre atento na busca da compreensão de qual é o verdadeiro sentido que você empreende nesta busca, tão sôfrega, de proximidade.
Quais os sintomas? Sentiu-se obsessivo? Chegou a faltar ou atrasar seus compromissos particulares porque o líder espiritual está na sua cidade? caso as respostas sejam sim, você corre o perigo de ser "fogo amigo" do seu líder espiritual.
Pense: pelo quê você procura nesta aproximação tão íntima com os líderes espirituais?É gratidão por um bem recebido? É respeito? É vontade de ajudar? Então, converse com ele e abra seu coração. Ele saberá indicar o lugar que cabe a você procurar, com a humildade sincera e, de modo algum, a fingida que é formada de esteriótipos.
Pergunte também aos outros amigos... além de perguntar ao próprio líder espiritual: diga, sinceramente, por que você tanto gosta de estar perto. Mas, prepare-se para ouvir condignamente as respostas!
É preciso evitar a identificação com quem quer que seja, pois esta é que aprisiona o seguidor aos personagens representados pelos famosos.
Os líderes espirituais são homens e mulheres da Humanidade e é bom que sejam vistos assim, embora possam estar espiritualmente acima da média geral dos homens no mundo.
Se eles forem humildes, não se considerrão Avatares ou Missionários Espirituais. Eles sabem dos esforços que empreendem em educar suas emoções, e já compreenderam que não devem falhar.
Eles estão sempre atentos para manterem seus rumos, segundo a essência moral do Evangelho de Jesus.
Eles gostam de amigos leais e não de 'fogo-amigo', pois já bastam os inimigos da Causa do bem que, nos dois planos da Vida, atacam os redutos sagrados do bem.
Quando alguém não age assim e permanece ‘em cima’, atrapalha mais do que ajuda.
Cá para nós: os Missionários da luz, afinal, têm mais o que fazer do que ficar aturando as melifluidades do incauto que tenta se apegar ao âmbito do poder que, afinal, não lhe pertence.
Não digo que o correligionário deva estar sempre à distância. Deve ser mais cuidadoso na procura dos que se destacam no Espiritismo ou em qualquer outra função Missionária do bem. Fazer isto, torna-se um ato caridoso que torna leve a presença do amigo ao lado do Missionário da Caridade e do Amor.
E, não tenha dúvida: uma atitude assim faz bem aos ‘ídolos’, como faz muito bem aos ‘fãs’, embora, em termos de Espiritismo, o melhor seria que não existisse nem um nem outro, mas simplesmente irmãos.
Julio Cesar de Sá Roriz
jcesaroriz@gmail.com
O que o Novo Testamento indica sobre os seguidores que se tornam muito próximos de notórios missionários do bem?
O que os motiva a seguir seus líderes religiosos, às vezes, de modo tão fanatizado?
Você conhece alguém assim tão identificado com um líder? Acha que pode compreendê-lo, vendo-o na ânsia de ocupar esse lugar tão incoveniente?
Leia este comentário, que, de propósito, inicia-se com uma frase muito propícia ao tema, e que foi retirada de uma Epístola de Paulo.
Segundo Emmanuel (Livro: Vinha de Luz, FEB, 95), quando o famoso Apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso, assinalou em sua Epístola: "vindo ele a Roma, com muito cuidado, me procurou e me achou" (II Timóteo,1:17) revelou-nos um detalhe diferenciado do discípulo que o procurou. Este, pelo visto, não era um discípulo de Paulo que fosse identificado demais com ele e sua posição, embora o amasse muito. Naquela época, uma viagem através do chamado "mundo romano" era difícil e perigosa. Só mesmo o amor à causa do Cristianismo nascente poderia movimentar os homens levando e trazendo Epístolas fundamentais para o desenvolvimento das igrejas.
Há, nos dias de hoje, outros tipos de procuras. Aqueles que estão quase sempre perscrutando sinais das pegadas dos homens de bem que se projetam na mídia. Agem nas proximidades, com tanta desatenção, que acabam atrapalhando a vida desses missionários, como se já não bastasse o grande cuidado que a existência exige dos líderes contemporâneos.
No caso bíblico, ao contrário, aquele discípulo que procurou por Paulo em Roma, era Onesífero que acabou por achá-lo em meio às conturbadas expressões da vida cotidiana de Roma. Interessante assinalar que não seria difícil achar o Apóstolo, uma vez que ele estava em prisão romana.
Notemos que a observação assinalada pelo Apóstolo não se restringiu a um mero encontro de um endereço na capital do Império romano. É que, na interpretação do trecho da Epístola, a palavra encontrar, ganhou conotação muito mais preciosa do que a do simples chegar a um determinado lugar, depois de uma longa viagem.
Há quem chegue à intimidade de um templo sem encontrar-se no âmbito do cuidado espiritual. E há quem, embora nunca tenha chegado a uma porta de uma casa religiosa,encontre a sua própria religiosidade.
Falamos, então, do cuidado espiritual, esta condição de possibilidade do bem que pode ser feito ao próximo.
Os seguidores sempre dizem que querem todo o bem dos seus líderes, missionários da luz. E parece mesmo que não têm um objetivo escuso ao se aproximarem deles. Mas,quem vai sempre ao encontro de um lider espirititual, precisa meditar quanto ao que realmente o está motivando, para aproximar-se tanto. Será bom que não seja por necessidade de vassalagem, nem pelos imperativos da dependência afetiva ou financeira, nem para o doentio vampirismo, nem para simplesmente aparecer, pois, para o missionário do bem, conviver com ‘amigos’ assim, tão problemáticos, é o mesmo que mantê-lo numa guerra, debaixo do perigoso “fogo amigo”.
Os líderes espirituais mais experientes, sabem diferenciar os amigos reais entre os que lhes estão mais próximos. Foi o caso do discípulo Onesífero: ele agiu com cuidado ao procurar Paulo e este fez questão de ressaltar, na citada Epístola, a significativa diferença proporcionada pela atitude equilibrada do discípulo.
Em geral, os que promovem o desagradável e perigoso ‘fogo-amigo', descuidam-se do cuidado e procuram se aproximar demais e o fazem ao modo ansioso, fixados demasiadamente em questões oportunistas ou pessoais, na idolatria. Em outros casos, querem atrair a atenção para si, presunçosos, como se respondessem em nome de, e, em alguns casos, julgam-se suficientemente preparados para substituir seus líderes.
E você, leitor?! Gosta de seguir os "gurus". É do tipo "amigo do famoso lider espiritual tal"? pergunte-se e responda sinceramente: por que deseja tanto se aproximar de um grande líder religioso da contemporaneidade? Se você tem sido assim, tome muito cuidado! Pense bem: tietagem atrapalha, assim como a bajulação incomoda. Certamente, você não quer se tornar uma pequena pedra ponteaguda no caminho do benfeitor encarnado que você ama ou admira. Você, certamente, não vai querer atrapalhar a jornada de alguém que está no mundo para servir no bem.
Então, pergunte-se: por que você precisa colar no líder? Está suficientemente preparado para enfrentar as trevas daqueles que descarregam suas baterias maldosas para atrapalhar a jornada do bem que o missionário realiza com tanto empenho na Terra? Os chamados lobistas não conseguem atuar diretamente contra os missinários do bem, mas é fácil imaginar sobre quem eles vão focar sua curiosidade mórbida e destruidora. Guardadas as devidas proporções são os que atuam próximos dos políticos que os fazem passar pelas duras provas de ver suas vidas especuladas, todos os dias.
Se ele for honesto, não terá o que temer - você poderá dizer do alto de sua insignificãncia. Porém, é a sua pele que os obsessores encarnados, lobystas, querem esfolar para agredir seu ídolo, porque voc~e se torna o elo mais fraco da correte.
Querem ajudar? Então, meu amigo e minha amiga, andem corretamente e aprendam a ser discretos. Respeitem o espaço de atuação do seu líder espiritual. E, antes de mais nada, não tentem ser a pessoa mais especial para ele, pois ele não precisa disso e , se pensar bem, nem você! Insistir na cola dos líderes religiosos é ridículo e fica muito ruim para você, permanecer assim na sombra ou na aba do outro. Isto em nada acrescenta de bom à jornada do bem que seu lider desempenha com tanto carinho e apreço.
Emmanuel diz: "imprescindível é meditar na magnitude do trabalho e na responsabilidade dos obreiros divinos". Ousamos completar dizendo: os grandes líderes espirituais são repletos de compromissos, superatarefados ante os inúmeros convites para realizarem suas missões para o bem de todos e, muitas vezes, egoisticamente os seus seguidores tentam subtrai-los para si, por mero capricho, buscando aprisioná-los numa falsa proteção que, na verdade, pode até imobilizá-los e envaidecê-los. Não se mede a importância dos líderes religiosos pela quantidade de "discipulos" que os acompanham.
Certamente, esses líderes espirituais saberão se livrar dessas prisões afetivas que, infelizmente, são construídas pelos próprios seguidores ou correligionários, que, permanecendo tão fanatizados pela idéia de posse, acabam acreditando que os líderes espirituais famosos são suas propriedades, ou os seus 'pais' ou 'mães' idealizados. Este tipo de identificação é perigoso, uma vez que, cresce paradoxalmente no entre do SENTIMENTO DE AMOR-E-ÓDIO, tão conhecido na psicologia.
O bom missionário do bem sabe fazer as coisas na "medida do sal", como ensinou o Mestre Jesus. Ele se sente livre; não se vincula a quem quer que seja; não está preso a ninguém. Ainda assim, são amoráveis e sabem ouvir com atenção, no momento certo. É autêntico "cavaleiro da fé", conforme define Kierkegaard e segundo a história bíblica de Paulo. Este, como ninguém, soube separar o joio do trigo, em todos os momentos.
Diz Emmanuel que, para o mundo, Paulo era um prisioneiro, mas para a Espiritualidade Maior ele era livre.
Nesta reflexão, sabemos que a tentativa da ‘prisão afetiva’ não retém o missionário do bem a quem quer que seja. Quem acha que consegue prendê-lo para si, na sedução de suas cadeias afetivas, engana-se, portanto.
Os bons líderes espirituais diferenciam os seus seguidores, analisando o sentido espiritual de suas atitudes na Terra.
Os verdadeiros apóstolos da Caridade e da Perseverança, do Amor e da Abnegação, como Tereza D´Avila, Tereza de Calcutá, Divaldo Franco, Lelloup, Chico Xavier, Gandi, Joanna Angélica, Princesa Isabel, Chico Xavier, Emmanuel, Bezerra de Menezes etc, jamais incentivam bajulações ou estímulam a depedência afetiva de quem quer que seja.
Os que os seguem ou os perseguem, precisam meditar quanto à origem desse imperativo compulsivo e quanto ao modo incomodatício em que se empenham às vezes uma vida inteira para procurar aproximar-se dos famosos, seja pelo pensamento ou pela ação.
Se você é correligionários fique sempre atento na busca da compreensão de qual é o verdadeiro sentido que você empreende nesta busca, tão sôfrega, de proximidade.
Quais os sintomas? Sentiu-se obsessivo? Chegou a faltar ou atrasar seus compromissos particulares porque o líder espiritual está na sua cidade? caso as respostas sejam sim, você corre o perigo de ser "fogo amigo" do seu líder espiritual.
Pense: pelo quê você procura nesta aproximação tão íntima com os líderes espirituais?É gratidão por um bem recebido? É respeito? É vontade de ajudar? Então, converse com ele e abra seu coração. Ele saberá indicar o lugar que cabe a você procurar, com a humildade sincera e, de modo algum, a fingida que é formada de esteriótipos.
Pergunte também aos outros amigos... além de perguntar ao próprio líder espiritual: diga, sinceramente, por que você tanto gosta de estar perto. Mas, prepare-se para ouvir condignamente as respostas!
É preciso evitar a identificação com quem quer que seja, pois esta é que aprisiona o seguidor aos personagens representados pelos famosos.
Os líderes espirituais são homens e mulheres da Humanidade e é bom que sejam vistos assim, embora possam estar espiritualmente acima da média geral dos homens no mundo.
Se eles forem humildes, não se considerrão Avatares ou Missionários Espirituais. Eles sabem dos esforços que empreendem em educar suas emoções, e já compreenderam que não devem falhar.
Eles estão sempre atentos para manterem seus rumos, segundo a essência moral do Evangelho de Jesus.
Eles gostam de amigos leais e não de 'fogo-amigo', pois já bastam os inimigos da Causa do bem que, nos dois planos da Vida, atacam os redutos sagrados do bem.
Quando alguém não age assim e permanece ‘em cima’, atrapalha mais do que ajuda.
Cá para nós: os Missionários da luz, afinal, têm mais o que fazer do que ficar aturando as melifluidades do incauto que tenta se apegar ao âmbito do poder que, afinal, não lhe pertence.
Não digo que o correligionário deva estar sempre à distância. Deve ser mais cuidadoso na procura dos que se destacam no Espiritismo ou em qualquer outra função Missionária do bem. Fazer isto, torna-se um ato caridoso que torna leve a presença do amigo ao lado do Missionário da Caridade e do Amor.
E, não tenha dúvida: uma atitude assim faz bem aos ‘ídolos’, como faz muito bem aos ‘fãs’, embora, em termos de Espiritismo, o melhor seria que não existisse nem um nem outro, mas simplesmente irmãos.
Julio Cesar de Sá Roriz
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